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A Segurança

por Laura Abreu Cravo, em 08.01.07
Passamos a maior parte do tempo na nossa vida a tentar pisar terrenos que já conhecemos. Sentimo-nos bem junto das pessoas que nos são familiares, olhamos com algum desconforto a incerteza da novidade e aspiramos a uma espécie de funcionalismo público relacional. Jantamos repetidamente nos sítios que nos são confortáveis (por umas ou por outras razões, todas igualmente válidas), tratamos as nossas casas como torres altas de onde não queremos ser resgatados (porque a inacessibilidade a terceiros não é só solidão, é também paz de espírito).
Defendemo-nos da rapidez dos mundo e da descartabilidade das relações criando vícios (de forma) e deixamo-nos deformar por eles. Mesmo para eleger aqueles de quem não gostamos procuramos denominadores comuns (escolhemos uma classe, categoria, ideologia). Procuramos na generalização e nos lugares comuns a segurança morna que nos é negada pelos grandes desafios.
A parte boa é que temos o poder de bater a porta. Mesmo que seja para ir jantar àquele sítio onde vamos 3 vezes por semana, beber o mesmo whisky com 3 pedras de gelo, e, aí, na segurança morna da familiaridade, decidir mudar a nossa vida.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De JBR a 08.01.2007 às 13:39

Extraordinário! Merecia um aprofundamento maior! Tipo, tire as consequências todas, individuais e coletivas... Gostei mesmo!

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