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De que tamanho é a tua unanimidade?

por Rodrigo Moita de Deus, em 04.02.07

"(...) nem a ciência consegue estabelecer, com o mínimo de unanimidade, quando é que o embrião passa a ser uma pessoa"

Zé Diogo Quintela no Sim no Referendo

 

O Zé Diogo considera que ele há o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade. É quase unânime que o mínimo de unanimidade está a uma distância mínima do máximo de unamidade. Porém entre o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade está uma média unânime insuficiente para satisfazer o Zé Diogo. Mas atenção. Não é unânime que a unanimidade tenha tamanho.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De o criador a 06.02.2007 às 18:33

zé diogo,

assumo que estarás de acordo que um feto até às 10 semanas será "alguma coisa". não será "vida total", ou seja, equiparável a um nascituro (se assim fosse não haveria o crime de aborto mas sim o de homicídio), mas o concepturo já será digno de ser protegido juridicamente. . seja lá o que for, o nascituro (e isto é unânime - muito ou pouco) é já o principio de alguma coisa. não sei se já bate o coração, se sente dor ou se já fuma, mas a protecção do feto não pode deixar de estar no livre arbítrio de cada um. se a proposta de lei agora referendada for aprovada, os direitos do nascituro serão equivalentes a 0.

também não colhe o argumento de quem quer abortar fá-lo em espanha. é uma realidade incontornável que aquele que dispõe de mais meios económicos contraria com maior facilidade a lei, querendo. se arranjar um bom contabilista, conseguirei contornar com mais facilidade os impostos, pagando menos que outros que não podem ou não conseguem fugir às leis fiscais. se és coerente, zé diogo, estarás a favor da abolição dos impostos, para que não haja diferenças entre quem não paga e quem não consegue evitar não pagar.

outro factor que não pega é o papel que os pais (homens) terão no futuro do concepturo. mais uma vez recorrendo ao panorama jurídico, o papel do pai fica desconsiderado. saberás que em portugal, se engravidares uma mulher e quiseres que ela aborte, mas se ela não quiser abortar, ela terá o direito de te exigir ajuda económica para contribuires para o sustento do teu (não) querido filho? tu se calhar pensarás: mas porque razão terei eu que pagar por uma coisa que eu não quis? sendo o aborto proibido, faz todo o sentido: o pai e a mãe são responsáveis pela criação de uma vida, é lógico que sejam os dois a contribuir para o seu sustento.
então façam uma coisa: se o sim ganhar, dêm oportunidade ao pai de, nas primeiras 10 semanas, declarar que quer que a mulher aborte (será legal, limpo e seguro, não haverá qualquer problema). se ela não quiser, então o pai não terá qualquer responsabilidade com a criança e não será obrigado a nada. não te parece justo? se fores corente, far-te-á todo o sentido.

e vou-te dizer que acho, sinceramente, que quem não quer não engravida. um dos factores positivos deste debate à volta do aborto é prevenir a nossa juventude sobre como não engravidar. ganhe o sim ou o não, a prevenção, explicação e informação sobre este tema tem que constituir uma séria prioridade. parece-me uma irresponsabilidade tornar o aborto num possível método contraceptivo.

estou farto de escrever. espero continuar a divertir-me com algumas posições do não e do sim. a lidia jorge põe os batanetes a um canto. sempre que a oiço só penso em votar não.
o cesar das neves humilha o batatoon. nem o saudoso badaró lhe chega aos calcanhares. as suas palavras, as suas ideias, até a sua barba me inclina irremediavelmente para o sim.
o sucesso do sim e do não passa por limitar as intervenções destes senhores ao máximo (com excepção do batatoon, que ainda vai alegrando a camada mais petiz dos nossos nascituros - e futuros sobreviventes do holocausto abortivo).

abraços




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De O Catraio a 13.02.2007 às 11:40

Prezado Criador, pai de Cristo,

Desconheço o alvo do seu comentário mas julgo ter o direito, sendo eu um feto em termos de idade mental, de lhe responder.

Prezo a sua defesa da vida. Mostra que tem algum bom senso. O Rodrigo não lhe tira isso. Mas um feto, não pode, contudo, ser protegido juridicamente. Não vejo um feto no tribunal com o seu advogado de defesa ao lado a acusarem a mãe. Vejo-o a ser despejado pela sanita depois de abortado.

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