por Rodrigo Moita de Deus, em 30.11.06
220 mil portugueses estão em lista de espera. 220 mil! Existem salas de operações em número suficiente e cirurgiões também. A questão está no número de cirurgias que os nossos médicos fazem por dia. Poucas, pelos vistos.
Em Portugal os médicos continuam a ser uma espécie de vaca sagrada. A última das salazarentas cooperações. Com direito a exclusividade no acesso à profissão, com direito a multiplicidade no exercício da profissão.
No país onde os contribuintes são obrigados a pagar os cursos de medicina, os mesmos contribuintes têm de esperar uns meses para serem operados porque os médicos (que eles pagaram) estão a ganhar dinheiro noutro lado. A alternativa agora apresentada é fazer com que os contribuintes invistam um pouco mais, agora em ordenados.
Parece que o “modelo remuneratório” não é motivante para os médicos fazerem o seu trabalho. Já os cantoneiros da cidade de Lisboa se queixam da mesmíssima coisa e nem por isso deixam o lixo acumular nos passeios. Infelizmente, para eles, não têm esse direito.
Três faculdades privadas de medicina e a extinção da ordem dos médicos e o problema das listas de espera nunca mais se colocava. Quase que aposto.