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“A solidariedade de que os movimentos de libertação nacional carecem é do mesmo género da que é prestada pelos Estados imperialistas ao Governo Português, é uma solidariedade concreta e material, é o fornecimento de pelo menos uma arma de fogo a cada combatente, de munições a cada guerrilheiro, de uma cama de hospital para cada ferido, de livros e cadernos para cada estudante.
Não basta reconhecer sem ambiguidades o direito dos povos africanos sob o domínio colonial português à independência nacional imediata e incondicional. Na nossa boca de portugueses isso representaria ainda menos do que as boas palavras daqueles que limitam a reconhecer-nos o direito de nos batermos contra o fascismo e o capitalismo em Portugal para construirmos o socialismo no nosso país, sem nada fazerem para nos ajudarem a atingir esses objectivos.
(…) O nosso dever de fazermos no nosso país a verdadeira revolução: a revolução nacional anti-fascista; anti-colonialista e anti-imperialista, que apenas poderá realizar-se, se for, ao mesmo tempo, uma revolução socialista”
Argel, 23 de Junho de 1970
Manuel Alegre e outros membros da Direcção da FPLN
Missiva à Conferência Internacional de Solidariedade à luta de libertação nacional dos Povos de Angola, de Moçambique, da Guiné Bissau, O nosso dever de fazermos no nosso país a verdadeira revolução: a revolução nacional anti-fascista; anti-colonialista e anti-imperialista, que apenas poderá realizar-se, se for, ao mesmo tempo, uma revolução socialista”, 27, 28 e 29 de Junho de 1970