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Hmm, deixa cá ver…

por Henrique Burnay, em 19.05.07
O Dr. António Costa escolheu para chefe das finanças da sua candidatura Saldanha Sanches, porque:
a) O dr. Saldanha Sanches é um eminente fiscalista e, portanto, tem com certeza muito jeito para tratar da recolha de fundos e da contabilidade;
b) O dr. Saldanha Sanches calha ser casado com a responsável do DIAP de Lisboa – a mesma que passa o tempo a dizer que a grande corrupção nacional ocorre nas Câmaras e que se calhasse haver um processo em Lisboa era ela que o investigava – o que lhe confere como que um selo de garantia, tipo produto de origem controlada;
c) Coincidências, pá.


António Costa candidata-se com o apoio do ex-bastonário da Ordem dos Advogados e do marido de uma ex-directora da PJ actual responsável do DIAP. Ou é o pais que é curto, ou é o Ministro da Administração Interna que é um homem cheio de amigos influentes.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Anónimo a 19.05.2007 às 11:57

Caro licenciado Henrique Burnay:

Tendo botado faladura sobre tema que me é caro, seguem notas para sua instrução.

a) O dr. Saldanha Sanches é um eminente fiscalista e, portanto, tem com certeza muito jeito para tratar da recolha de fundos e da contabilidade;

nota: um justributarista, que é a designação correcta, analisa questões jurídico-fiscais. Logo, não se entende o seu estranho passo lógico para afirmar que tal "expertise" permite grande habilidade na "recolha de fundos e da contabilidade". Estará a insinuar algo? Das duas uma: ou está equivocado quanto ao métier dos juristas que labutam no direito fisal; ou, pior, estudou direito fiscal por manuais de contabilidade, o que explica muita coisa. E já agora, os justributaristas não falam em "contabilidade", mas sim em direito do balanço, feliz expressão adaptada do Bilanzrecht germânico.

b) O dr. Saldanha Sanches calha ser casado com a responsável do DIAP de Lisboa – a mesma que passa o tempo a dizer que a grande corrupção nacional ocorre nas Câmaras e que se calhasse haver um processo em Lisboa era ela que o investigava – o que lhe confere como que um selo de garantia, tipo produto de origem controlada;

Nota: como sabe, as regras das incompatibilidades obrigam a que tal não suceda. Novamente, incorre em grave falha. Mais, desconhece o Código do Processo Penal e, ainda, o Código do Procedimento Administrativo. Disponibilizo-me para lhos enviar, e em edição anotada por grandes mestres da praça nacional.

c) Coincidências, pá.

Nota: só concordo com o "Pá".

Sem vagar para mais,

Jaime

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De Henrique Burnay a 19.05.2007 às 13:16

Caro anónimo, um bom jurista deve ser mais perspicaz. Eu podia explicar-lhe que hipótese A é, em si mesma, um absurdo porque de um fiscalista - que é como lhes chamamos na faculdade e eu evito o Direito depois disso - não se esperam esses conhecimentos de contabilidade. E a B não é uma insinuação quanto a eventuais corrupções, é uma afirmação quanto a pretendidos selos de garantia. De resto, desde o Pá que era evidente que não podíamos ter muito em comum.
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De Anónimo a 19.05.2007 às 18:07

Digamos que esta é pior maneira de pegar no assunto, embora não me surpreenda que seja assim que lhe pegam neste blogue.

Leiam o artigo de José Pacheco Pereira no Público sobre os mandatários do António Costa. Um magnifico artigo por muitas razões, mas principalmente pela seriedade com que pega no assunto e que escasseia aqui por estes lados.

Fernanda Pais
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De Daniel MP a 19.05.2007 às 23:58

A leitura saída da pena do Henrique Burnay, a respeito dos goals/targets que o Triunvirato de Costa (Triunvirato de campanha insista-se) visa alcançar junto do eleitorado não me parece nada tonta.
Algo escorregadio será o exercício de leituras personalísticas a esta observação, a qual, para início de campanha, ainda não me parecia acalentar antever o exercício autárquico de A. Costa.
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De Anónimo a 20.05.2007 às 11:22

Concordo em absoluto com o H . Burnay, e aconselho o estimado Jaime e o comentador seguinte a acordarem e a abrirem os olhos - lembrem-se: o maior cego é aquele que não quer ver!

cumps

Saloio

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