por Rodrigo Moita de Deus, em 10.09.07
As festas de Vila Viçosa acabaram, evidentemente, com uma tourada. O cartel metia António Ribeiro Telles, Ana Baptista e João Moura Caetano mais os forcados de Monforte e os académicos de Elvas. Estes últimos arriscaram. Mandaram para a cara um menino com pouco mais de 50 quilos. A coisa correu como se podia esperar. Logo na primeira pega o toiro devolveu o menino ao fosso com acrobático voo planado por cima das tábuas (tipo livro do asterix).
Mas serve esta nota taurina para expressar a minha mais profunda indignação com a praça. Ana Baptista esteve ao seu nível. Conseguiu lesionar um cavalo, falhar seis ferros e dos poucos ferros que acertou um deles foi na pata (!) do toiro. As suas lides justificariam uma queixa à liga de protecção dos animais. Isto para não falar nos igualmente cruéis ornamentos que cavalo, cavaleira e ferros geralmente apresentam (tipo equipamento do Benfica). E no entanto, apesar dos meus fortes protestos, a praça aplaudiu a menina de pé.
Por outro lado, João Moura Caetano deslumbrou em ambas as lides. Raras vezes vi encontro tão feliz entre talento e vontade de triunfar. João Moura Caetano saiu desanimado com a reacção fria do público. O mesmo que poucos minutos antes tinha ovacionado a Ana “desajeitada” Baptista. “Deixa estar João”, gritei eu para o encorajar, “se pintares o cabelo de louro e deixares as raízes pretas vais ver que da próximas vez é diferente”