Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
A despesa corrente das Administrações Públicas sem a componente do serviço da dívida, isto é, aquilo que as mesmas gastam no seu funcionamento, reduziu-se 0.9% em 2014. Em quatro fechos de contas da responsabilidade do actual governo, só por uma vez tal redução não ocorreu. Parece pouco, num contexto em que as empresas e as famílias portuguesas foram obrigadas a sacrifícios bem mais drásticos nos seus orçamentos. Mas se considerarmos que nos últimos vinte anos (pelo menos) foram estes três os únicos em que os gastos das Administrações Públicas não aumentaram, não podemos deixar de louvar a determinação e o rigor do governo e, particularmente, da equipa do Ministério das Finanças. Se os seus antecessores tivessem tido a mesma competência, Portugal seria hoje, certamente, um país com dívida pública controlada, com crescimento económico sustentado e com muito mais emprego.
É claro que os responsáveis pela calamitosa dívida pública acumulada vêm dando mostras da sua crescente sede devastadora, prometendo para breve o regresso ao descontrolo e ao despesismo. À esforçada redução da despesa corrente primária somam já a provável diminuição do serviço da dívida, pré-anunciada no plano Draghi. No conjunto, as "poupanças" poderão colocar dentro do pote as centenas de milhões necessárias para poderem "torrar" com as clientelas de sempre. Oxalá suceda com eles aquilo que o povo sensato prescreve a quem vai com muita sede ao pote.
Fontes: Ministério das Finanças (DGO) e Pordata