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As cuecas num caixote

por Afonso Azevedo Neves, em 11.02.15

"Isto das escutas é nojo, sabe? Imagine um dia ser confrontado com anos e anos de escutas. E Portas é um de vários. Nada é destruído. Esta coisa bela do 25 de abril de falarmos de política à vontade morreu. Falamos ao telefone, fazemos as nossas estratégias, e de repente descobrimos que é como na PIDE. Anos de escutas num caixote. Já nem falo da vida privada ali pelo meio como se fosse normal. Falo de política. No fascismo era perigoso falar de política. E agora?”, questionou Isabel Moreira."

 

Esqueçamos nomes, partidos, ódios e indícios. Isabel Moreira - com quem não concordo em praticamente nada - está com a razão toda. Ponto final. Vale para Portas, para Sócrates, Cavaco, Passos, Manuela Ferreira Leite, Louçã, Relvas, Costa, Ana Gomes, Isabel Moreira... vale para todos... gostem ou não.

Ainda é cedo para corrigir caminhos.

 

Não esqueçam os nomes, façam os vossos julgamentos, justifiquem este estado de coisas porque hoje é com essa/e nojenta/o.

Peguem em indícios, esqueçam as provas corram para as bancas de jornais, torçam o processo penal e civil e lixem na Constituição que ora é comunista, ora traiu os valores de Abril.

Façam isso e amanhã ou depois chega a nossa vez.

Um dia bate à porta um "fiscal" com suspeitas de um(a) ex, um sócio desavindo, acompanhado de um jornalista e um título catita no jornal.

Aí já é tarde.

O fazedor de promessas

por Afonso Azevedo Neves, em 15.05.09

Na passada quarta-feira, o Primeiro-ministro português garantiu na Assembleia da República, que Estado iria comprar a maioria do capital da Cosec, a principal companhia de seguros de crédito à exportação a operar em Portugal.

Note-se, trata-se de uma compra e não propriamente de uma nacionalização, haveria uma negociação a decorrer com os actuais accionistas (BPI e Euler Hermes) que estaria, parece-me evidente, sujeita a algum sigilo.

O que fez José Sócrates? Veio garantir que os privados estavam disponíveis para vender, quando não o podia nem devia fazer e até deu um prazo: No verão a coisa estava resolvida.

Fê-lo porquê? Porque tinha essas garantias? Não, a Euler Hermes, que detem 50% da Cosec, já veio hoje mesmo dizer que não está disposta a vender.

Mas então o que motivou esta precipitação do Primeiro-ministro? Como sempre a necessidade de prometer coisas que não pode nem vai cumprir, nomeadamente garantir aos empresários do sector têxtil, vestuário e calçado que estão entre os mais prejudicados com a actuação das seguradoras de crédito, com várias empresas a deixar de realizar vendas para o exterior por não conseguirem este tipo de seguro, que permite vender a crédito com segurança, cobrindo riscos de falência do cliente, atrasos de pagamento e até riscos de natureza política

 

Lembro-me bem ao nome que se dava a este tipo de borradas em tempos que já lá vão, mas creio que “trapalhadas” não é bem o termo mais apropriado.

 

Também aqui

 

Conclusões de ontem à noite

por Afonso Azevedo Neves, em 22.04.09

Se Cavaco Silva faz criticas ao Governo não foi, com certeza, ao meu. Qualquer interpretação diferente visa instrumentalizar o PR e é, para não dizer mais, abusiva.

Se os outros países estão mal é natural que também estejamos mas isso de estarmos pior que os outros, é uma interpretação vossa e que é, para não dizer mais, abusiva.

O investimento público salvará a nação como o fez no passado, se alguém julga que eles foram parte do problema que vivemos hoje, é uma interpretação vossa e que é, para não dizer mais, abusiva.

Se eu digo que muitas auto-estradas para o mesmo sitio não são muitas qualquer interpretação em contrário é, para não dizer mais, abusiva.

Se eu digo que processo difamadores é porque processo difamadores, se todos os difamadores são jornalistas é mera coincidência e prova da cabala, qualquer interpretação diversa é, para não dizer mais, abusiva.

Eu sei bem onde o/a senhor/a jornalista quer chegar, eu sei! Se julga que eu não sei bem onde quer chegar está enganado, a sua pergunta é uma interpretação da realidade que é, para não dizer mais, abusiva.

Notas de fim-de-semana

por Afonso Azevedo Neves, em 20.04.09

Se pensarmos bem, se Cavaco Silva não fosse Presidente e se tivesse lembrado de dar recados nas páginas de uma qualquer revista, imaginemos mesmo que se atrevia a falar em boa e má moeda, tenho impressão que Sócrates lhe reservaria muito mais que um leve rosnar.

 

Ainda estamos no intervalo...

por Afonso Azevedo Neves, em 29.03.09

Continuando a conversa de ontem...

 

Durante o dia de ontem, já era certo que também a TVI será alvo de um processo judicial por violação do segredo de justiça e difamação.

 

Ontem, foi a vez de Charles Smith, sócio da consultora Smith & Pedro, contratada para tratar do licenciamento do Freeport, emitir um comunicado onde desmentia que "alguma vez se tenha referido a José Sócrates de forma injuriosa", mas assumiu que se tinha reunido naquela data com João Cabral e Alan Perkins para discutir assuntos relativamente ao Freeport.

 

Perante estes factos, Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, fez saber ontem que, "a sucessão de factos torna premente, para bem do sistema judicial, que este assunto seja esclarecido rapidamente".

 

Ontem, em Gondomar, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Santos Silva, reafirmou que "não há nenhum membro deste Governo que esteja indiciado ou sequer sob investigação". E explicou que o PS se opôs a que o enriquecimento ilícito seja considerado crime, por defender que "não se deve inverter o ónus da prova".

 

João Palma, eleito ontem presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, assumiu que, neste caso concreto, "existem pressões".

 

DN

 

 

Notas: Pelos vistos, Sócrates não se fica pelos autores do dvd, vai para os autores de peças sobre o assunto, tanto mais que se prepara para processar outros meios de comunicação social. (Público, Sol, SIC, etc...incoming!)

 

O tal Smith parece dar a ideia que nunca disse o que ouvimos, se calhar "corrupto" tem um sentido diferente em inglês.

 

Ferreira Leite diz o que todos pensamos e isso já não é nada mau.

 

Santos Silva estava em Gondomar e isso pode servir de desculpa para dizer o que lhe apetecer mesmo qe não faça sentido nenhum. O caso não é apenas de polícia é também político.

 

João Palma, foi eleito ontem pelo que se espera que na segunda-feira trate de esclarecer-nos sobre as tais "pressões".

 

Estamos no intervalo

por Afonso Azevedo Neves, em 28.03.09

A TVI apresentou ontem à noite a primeira parte de um filme muito pouco recomendável, estamos agora no intervalo do mesmo, daqueles à antiga que os cinemas tinham. Eram muito salutares esses intervalos porque serviam, entre outras coisas, para perceber se o filme valeria se visto até ao fim, fazer apostas como a coisa acabava, fumar um cigarrito. O certo é que a 2ª parte é que era, é que tinha todo o picante da história.

 

A TVI apresentou ontem à noite  primeira parte de um filme que até agora não vale nada, mas Sócrates quer processar os autores* no intervalo. Não sei se não seria boa ideia esperar pela segunda parte da produção. Nunca se sabe se o filme não acaba por merecer um Oscar.

 

* Nota: de facto quando escrevi o post a informação que tinha era a da intenção de José Sócrates processar a TVI, lendo o comunicado do PM, fica-se a saber que a intenção é de processar os autores. Está feita a correcção e o  post até fica melhor assim.

 

 

De medida em medida até à medida final

por Afonso Azevedo Neves, em 25.03.09

Estamos a na fase reboot do ciclo deste governo PS. Após quatro anos voltamos às velhas formulas de lidar com o mediatismo da crise, sem verdadeiras respostas, ensaiam-se manobras de diversão tão ao gosto dos spin doctors do Eng. Sócrates: um subsídio aqui, um protocolo ali, outra promessa acolá.

 

A simples proposta das chamadas causas fracturantes parece não ter colhido o entusiasmo esperado, até porque boa parte delas só fracturam  uma ínfima parte do eleitorado. Não chegava para o efeito pretendido, era necessário encontrar novas formas de distrair o português da desgraça que há muito estava anunciada.

 

Os velhos "truques" que deram resultado no início deste mandato foram reciclados e deram-lhes novas roupagens, deixam-se as consequências directas e indirectas do conjunto de medidinhas para a economia portuguesa para um futuro que, todos sabemos, não será risonho. Algo que parece confortar quem desenha esta estratégia.

 

Assim está garantida a programação para os próximos meses, de 15 em 15 dias no Parlamento, seremos brindados com mais uns estágios que servirão para fazer descer os números do desemprego até ao fim do ano, findos os quais o referido número irá disparar de um momento para o outro, com evidentes culpas de uma crise internacional em geral e "bota-abaixistas" em particular.

Paulada do dia

por Afonso Azevedo Neves, em 03.03.09

Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina.


JM Tavares

O ano da lama

por Afonso Azevedo Neves, em 12.02.09

José Sócrates atravessa um momento muito difícil, mas não é perdendo a cabeça que dignifica a discussão política. A capacidade de manter a serenidade no meio da tormenta é o grande teste dos grandes líderes. A menos que o primeiro-ministro queira mesmo vitimizar-se para provocar uma crise, antecipar as eleições e ir a votos, antes que o desemprego e a crise façam ainda mais vítimas.
Mas se é isso, Sócrates deve abrir o jogo quanto antes. O país agradece.

 

Ângela Silva

Ai assim vai a democracia

por Afonso Azevedo Neves, em 31.01.09

O PM José Sócrates veio esclarecer Portugal e os portugueses que com ele não fazem farinha, que ele se indigna, se zanga e fica revoltado e tudo. Que anda por aí, segundo a literatura técnica do inevitável Santos Silva, uma campanha negra contra ele, alguém, uns tantos ,com a inestimável ajuda da comunicação social, resolveram acabar com ele, mas estão muito enganados! Óh se estão! Até porque ele tem ali uma declaraçãozita vejam lá de quem? da PGR. Pois é... por esta é que não esperavam, o PM vendo a sua honra atacada por meliantes na praça pública, atacado politicamente diga-se, atira-nos com as conclusões de um dos orgãos máximos da Justiça de Portugal. E acabou-se? Nem pensar, dá-se ordem ou não, deixa-se à vontade do fregês para o seu Chefe de Gabinete lá do Largo do Rato para pegar numas estrofes e desatar a envia-las por mail com a mensagem:

 

'Camarada, (...) Peço a sua melhor atenção para o ponto 7º onde está, de forma objectiva e concreta, que 'os alegados factos que a polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima' e que 'não há suspeitas fundadas'

 

O PM, o PS, todos a recorrer às boas graças da Justiça para resolver aquilo que, nas suas palavras e reacções, é um ataque político.

 

Isto tudo tem um preço como é óbvio.

Ahhh...uma crise política? Agora não. Não dá jeito...

por Afonso Azevedo Neves, em 29.01.09

,.. até porque com a crise económica e tudo...era uma chatice, enfim. Há que evitar mais confusão. E se a confusão for tão confusa como se anda por aí a dizer se calhar era mesmo pensar ali no cenário do Vasco, até porque enfim é do Costa que falamos e o Costa enfim...não é o Santana, é o Costa, como eu ainda ainda agora dizia. (deixa-me servir aqui um bocadinho mais de Black Label para aclarar as ideias) ora bem, deixa cá pensar numa solução...não! Que tal irmos mesmo para eleições? Não? AÍ ainda se podia pensar que isto é mesmo uma crise política...pois é...Olhem, eu vou mas é deixar o whisky de lado e abrir uma garrafinha de vinho em honra de quem achar uma solução para isto e cantar o Broken Box, I've got wine & so do you; Mine came with a cork; I wish yours did too; Everyone just loves you; so well hurray!; Now you know where to go...Ora, boa noite!