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A Náusea

por Francisco Mendes da Silva, em 08.12.07

Nem o Tiago Mendes - por muito inteligente, desempoeirado e prolífero que seja - merece que a polémica se arraste, nem o affair da sua saída do blogue da Atlântico merece outro tratamento que o dado pelo maradona nos posts cujos excertos deixei ali em baixo.

 

De qualquer modo, é uma pena que a discussão se tenha vindo a centrar na questão do insulto - o que é que é e o que é que não é, se é legítimo ou não, quando é que estamos perante um ataque às ideias ou ao idiota. É uma pena porque isso permitiu a algumas pessoas (nomeadamente o Carlos Abreu Amorim e aqui a nossa very own ASAE da direita, o Tiago Geraldo)  ensandecerem e dispararem com comparações absolutamente deslocadas: Churchill, Nélson Rodrigues, João Pereira Coutinho, não sei se também Paulinho Santos.

 

Como se as grosserias do Tiago Mendes ("grosserias" no duplo sentido de verbalizações injuriosas e de recursos estilísticos rudimentares) pudessem algum dia ser ou ter sido utilizadas por qualquer um dos exemplos escolhidos. Alguém sequer concebe um Churchill, um Nélson Rodrigues, um João Pereira Coutinho a dizerem de um adversário polemista que as ideias deste lhes dão "vómitos"? Vómitos? Puh-leaze. Não é que eu não encontre espaço para este tipo de escatologias, mas essa coisa dos "vómitos" e as outras que tais do Tiago Mendes estão, no seu mundo de gente sofisticada, ao mesmíssimo nível do "Pinto da Costa vai pró caralho" - essoutro clássico literário.

 

Adiante. O que verdadeiramente distingue o Tiago Mendes dos grandes cultores da "arte da rudeza" (ainda ninguém o comparou aos Waughs, pois não? Nesse caso teria de começar a polir o revólver) é que estes percebem perfeitamente que a arte só poderá continuar a ser cultivada enquanto os adversários estiverem na arena. E, para que os adversários estejam na arena, convém que os não queiramos enxotar. Ora, não me lembro de algum dia ter lido Churchill, Nélson Rodrigues ou João Pereira Coutinho a quererem sanear alguém. No caso do João - uma situação extrema -, este disse não estar para aturar o Daniel Oliveira e abandonou o "É a Cultura, Estúpido". Quem está mal, muda-se. Tão simples quanto isso. Pelo contrário, o Tiago Mendes escreveu o tal post miserável - e todos os seguintes nos quais continuou a estrebuchar - sem nenhum outro objectivo que não o de argumentar e convencer o auditório e a direcção da Atlântico da bondade da expulsão sumária (enfim, não há outra palavra) do André Azevedo Alves. Que "basta", que a revista não tem futuro com pessoas como o André, que mais não sei o quê.

 

Ou seja: não é o facto de o Tiago insultar o André, mesmo naqueles termos rasteiros, que lhe polui a reputação liberal; foi a sua ânsia de controlismo e limpeza que o fez portar-se, naquele momento específico, como um pequeno tiranete.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Tiago Mendes a 13.12.2007 às 17:30

Caro Francisco,

Aqui tem (não é só para si, como compreenderá) a minha resposta:

http://deverderesposta.blogspot.com

Cumprimentos,

Tiago Mendes

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