por Alexandre Borges, em 01.04.08
Há muito tempo que isto é assim comigo. Não consigo deitar fora qualquer literatura sem que antes, pelo menos, a folheie. Dicas da semana, folhetos do professor Bambo, catálogos telepizza. Se o DN trouxer um especial sobre caixilhos, eu passo uma vista de olhos. Se a Ponto-Cruz oferecer uma separata com as melhores capas desde '82, eu leio na diagonal. Não se recusa informação, é dos poucos princípios que me sobrevive. Sobretudo se, por qualquer tropelia do destino, ela vem, de boa vontade, ter às minhas mãos.
Quer isto dizer, amigo leitor, que, em ordem a ter uma vida privada, deixei de comprar o Expresso. Ou bem que lia o pack primeiro caderno + economia + actual + única + guia + especial vinhos + catálogo vodafone + suplemento imobiliário cozinhas e anuário Ovibeja, ou bem que tinha uma vida sentimental, ao menos ao fim-de-semana.
Tudo isto para lhe contar que, na semana passada, esta obsessão ganhou, por fim, um princípio de sentido. Depois de anos a acumular informação totalmente inútil, esbarro num ponto pertinente (fim de ironia).
Vinha na página 2 do 'Auto Monitor', suplemento mensal de informação automóvel do Público. É uma pergunta e reza assim: "Se em 2002 um barril de petróleo custava 70 dólares, que correspondiam grosso modo a 77 euros e hoje o barril custa 105 dólares que correspondem a 66 euros, como é que se pode dizer que o petróleo subiu de preço?"
Aceitam-se respostas para a caixa de comentários abaixo. Em todo o caso, vou procurá-las também na edição de coleccionador da revista Iniciativa dedicada aos enchidos da região Oeste.