Simão Sabrosa e Cristiano Ronaldo, também, já sentiram o sabor amargo de marcarem golos ao clube que adoram. Rui Costa, também, como jogador da Fiorentina. Já Figo dava saltos de felicidade no banco de suplentes do Inter. O jogador da selecção alemã não comemorou os golos, a isso chamamos: respeito.
Miroslav Klose e Lukas Podolski são oriundos da Silésia, território alemão até 1945, quando os Aliados decidiram oferecer esta região à Polónia restabelecida, em compensação pelos territórios que a URSS anexou em 1939, na sequência do Pacto Hitler-Estaline, mas ao contrário da metade anexada pela Alemanha, não devolveu. No famoso tratado de 1970, Willy Brandt aceitou em nome da Alemanha - e bem - a irreversibilidade destas novas fronteiras. É pouco conhecido fora da Alemanha que este redesenhar das fronteiras levou a uma limpeza étnica com 14 milhões de deslocados e ca. de 2 milhões de mortos civis alemães. Mesmo assim, uma minoria de alemães conseguiu ficar, e desta são as famílias de Klose e Podolski. A Alemanha (RFA) assumiu e assume que qualquer pessoa de ascendência alemã, quer que onde viva ou nasceu, tenha direito à nacionalidade alemã. Ao abrigo deste regime, e quando isto foi possível na sequência de um entendimento entre Alemanha e Polónia, os pais de Klose e Podolski emigraram para Alemanha. Klose tinha oito anos, quando chegou a Alemanha em 1986, Podolski dois, quando chegou em 1985.