Depois do tratado constitucional agora foi a vez do tratado de Lisboa ser chumbado em referendo. Bom de ver que os cidadãos da europa são o principal obstáculo ao projecto europeu.
A Irlanda não é na Europa. Estava a ver o little britain e em certo prolegomeno faz-se referência à estupefacção por Gales ser na Grã Bretanha. A mesma estupefacção tenho eu pela Irlanda ser Europeia.
-Os argumentos a favor do NÃO foram tão válidos como os do SIM, e foram democraticamente sufragados. Mesmo aqueles como a eutanásia ou o aborto foram válidos, os defensores do NÃO nunca afirmaram que os mesmos constavam no Tratado, o que afirmaram e os defensores do SIM não conseguiram contrariar, foi que a U.E., através do Parlamento Europeu, poderia se assim o entendesse, LEGISLAR sobre essa matéria em termos de Direitos Humanos, SOBREPONDO a legislação Europeia ao Direito Nacional. E de facto poderia, não quer dizer que o fizesse, a não ser que constassem no Tratado uma série de opting-outs. Aliás, quantas vezes já tivemos que adaptar a nossa legislação ás directivas comunitárias? O Tratado de Lisboa concede de facto mais poder ao P.E.
E indirectamente a Constituição da República Federal Europeia pode acarretar a liberalização compulsória do aborto e da eutanásia em Estados que até agora o proíbem, nas condições referidas pelo António de Almeida. Isto não é «baixa argumentação», é tão-só a menção de um facto objectivo.
Mas pode crer que esse é o fim último do documento. O mesmo método de começar pela união aduaneira e avançar progressivamente para a centripetação política e constituição de um Estado federado já foi usado, com sucesso, aquando da deglutição dos Estados alemães pela Prússia, no séc. XIX. Quem quer que estude esse processo histórico que redundaria na unificação alemã fica abismado com a quantidade de similitudes que ele tem com a designada «integração europeia». Mais uma vez um pólo económico busca exercer a sua força económica para absorver, agora, todo o território europeu. Mas sucede que se o capital não tem pátria, os europeus de um modo geral têm e querem ter. E mais o diriam, se estes e outros documentos não fossem aprovados na secretaria.
-Claro que jornalistas como o António Esteves Martins que passam a vida em Bruxelas, não foram de forma alguma imparciais, obedeceram ao longo da campanha á voz do dono, na 6ª feira parecia o Calimero, só faltava lacrimejar "it's an injustice"!
É óbvio que a reaccionarite aguda cá da sanzala, tá toda contente..., mas será sol de pouca dura, porque a grande burguesia da Europa, não vai ficar de mãos atadas por causa de 1/2dúzia de comedores de batatas.... beatos... Quando vejo o Bloco de Esquerda + PCP + CDS, todos contentes, fico logo de pé atrás !!!!
Pior será se aos comedores de batatas se juntarem, por razões que se prendem com sondagens desfavoráveis, os «comedores de bife e tarte de rins». Pode vê-lo aqui:
«le premier ministre serait en fait prêt à sacrifier le traité de Lisbonne plutôt que de donner naissance à une Europe à deux vitesses, comme certains le préconisent, en demandant de mettre l'Irlande temporairement à l'écart. Selon une source au sein du 10 Downing Street, la position britannique est même très claire : «Le traité ne peut entrer en action que quand les vingt-sept pays de l'UE l'auront ratifié.» Toujours d'après The Sunday Times, les officiels britanniques sont pessimistes sur l'avenir du traité, mais attendent de voir l'issue du sommet de Bruxelles de cette semaine pour prononcer un avis de décès officiel.»
À Irlanda ainda se pode fazer vista grossa. Mas à Livre Inglaterra...