Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Consumidores podem evitar subida da luz

por Sofia Bragança Buchholz, em 02.07.08

Segue-se um exemplo de uma reclamação a enviar para consultapublica@erse.pt

" Exmos. Senhores:


Pelo presente e na qualidade de cidadão e de cliente da EDP, num Estado que se pretende de Direito, venho manifestar e comunicar a V.  Exas. a minha discordância, oposição e mesmo indignação relativamente à "proposta" – que considero absolutamente ilegal e inconstitucional – de colocar os cidadãos cumpridores e regulares pagadores a terem que suportar também o valor das dívidas para com a EDP por parte dos incumpridores.


Com os melhores cumprimentos,

 

xxxx"


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

Sem imagem de perfil

De Jaime a 02.07.2008 às 16:17

Sim está em consulta pública, A ERSE já tem registo de cerca de 13000 emails a contestar esta medida. Concordar ou não é um direito de cada um, mas por favor entendam do que se está a falar.

1.São dívidas incobráveis as consideradas como tal pelo IRC (ou seja, as que após terem sido efectuadas as diligências judiciais para a sua recuperação não foi possível satisfazer o crédito). Estas dívidas são, para efeitos contabilísticos considerados uma perda da empresa justificada que poderá ser considerada no cálculo do IRC (ou seja, aceita-se como custo).
2.Se todos deixarmos de pagar a luz, ficamos sem o respectivo serviço. Acontecendo o mesmo a todos os que não a pagam. Por isso é falso quando dizem que pagaremos pelos caloteiros e nada lhes acontece.
3.Os lucros da edp holding, não se confundem com os lucros da EDP Distribuição e Serviço Universal (responsáveis pela distribuição e comercialização de energia de último recurso) que são as únicas empresas reguladas pela ERSE.
4.Ser regulado significa: que a sua gestão financeira está dependente do que é aceite pela ERSE, no que respeita aos custos e aos lucros. Ou seja, o preço da energia é aquele que a ERSE define como tal (não se aceitam custos que não correspondam actividades necessárias ao desenvolvimento da actividade), e só se aceitam os custos que resultem de uma gestão eficiente e racional. Ex.: a ERSE considera como adequado o preço de X por tratamento de reclamação. No caso da empresa num determinado ano, por ineficiência, apresentar custos de X+Y, este valor não é considerado e não será repercutido nos consumidores.
5.O contrário também é verdadeiro. Se a empresa conseguir ganhos de eficiência, a ERSE internaliza esses ganhos na factura, partilhando com o consumidor estes ganhos, porque também decidimos do lucro aceitável à empresa. O principio que baliza todos estes movimentos são: permitir um equilibrio económico das empresas defendendo os interesses dos consumidores.
6.A medida proposta, é um instrumento de gestão. A ERSE pondera a possibilidade de aceitar como custo (partilhando o seu valor com todos os consumidores) um pequena parte do valor das incobráveis. Á semelhança do IRC, reconhece-se que as dívidas incobráveis são custos que a empresa não deu causa e é justo haver uma repartição dos seus valores considerando que neste caso, a EDP não pode recusar clientes (mesmo sabendo que são maus pagadores – é o que significa serviço universal) e deverá manter para todos (mesmo os maus pagadores) os níveis de qualidade de serviço impostos.

Podemos não concordar dizendo que é um incentivo à empresa a não tentar reduzir as dívidas incobráveis; podemos achar que esta medida de gestão não é mais adequada para o sector, é tudo válido.

Mas, por favor, informem-se sobre o que se propõe e o seu racional. Dizer que esta medida permite que eu posso deixar de pagar a factura de electricidade, não é um argumento sério!

PS – pensem que a EDP seria um café, que tinha muitos clientes que não pagavam. Como fariam para que o café não fechasse? Se subissem o preço do café para permitir que os custos fossem menores e assim justificassem a continuação do negócio, parecer-vos-ia uma medida totalmente desproporcionada? Como faz uma empresa privada para diminuir os custos? Se tivessem uma empresa que tivesse lucros que estão sujeitos a aprovação de entidade terceira, não podendo desta forma reflectir no preço todos os custos, como fariam para manter o equilibrio económico da empresa?


Cumprimentos e continuação de uma boa cidadania.
Sem imagem de perfil

De João Gundersen a 03.07.2008 às 11:16

Cafés há muitos. Se o preço subir muito num, é ir a outro. Eu já pedi autorização para instalar um reactor nuclear no quintal e vender electricidade aos meus vizinhos, mas não me deixaram. Tinha que a vender à EDP que depois vendia aos meus vizinhos...
Imagem de perfil

De blogdaping a 02.07.2008 às 17:20

Vamos lá a ver se nos entendemos !!

Se o país tem 10 600 000 habitantes como é que porque recarga de água somos só 6 000 000 de consumidores ?
Atão, os outros 4 600 000 são ceguinhos ???
Se calhar.....
Sem imagem de perfil

De lu! a 02.07.2008 às 21:25

Suponho que seja porque esses 10 600 000 vivem em famílias que partilham uma casa. Por isso, a cada pessoa não corresponde uma conta diferente e não é contabilizado como um consumidor . Isto partindo tambem do principio que nem todos os portugueses têm uma empresa e assim escritórios, lojas, fábricas, etc

Se calhar... era melhor pensar um bocadinho antes de escrever.
Imagem de perfil

De blogdaping a 03.07.2008 às 15:30

Já cá se sabia .................!!

Daaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh !!!!
Sem imagem de perfil

De anónimo a 03.07.2008 às 00:56

se calhar porque vivem mais do que uma pessoa num fogo e a factura só vem em nome de uma delas não?
Imagem de perfil

De blogdaping a 03.07.2008 às 15:32

Já cá se sabia ..............!!!!

Daaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh !!!!

Folgo em saber que há tanta gente inteligente em Portugal !!!!
DaaaaaaaaaHHHHHHHHHH !!!
Sem imagem de perfil

De Artur Rodrigues a 02.07.2008 às 17:48

Em qualquer outra empresa quem acha que paga os créditos sobre clientes incobráveis?

A única questão importante, e não é de somenos, é o facto de se tratar de um quase-monopólio.
Sem imagem de perfil

De Animal a 03.07.2008 às 11:17

Cá pra mim, aquele Jaime do 1º comentário deve ser um avençado no gabinete de comunicação da EDP. Continua a escrever assim, Jaime, que te renovam o contrato pelo menos por mais 3 meses...
Sem imagem de perfil

De Grito a 03.07.2008 às 11:58

A questão é mesmo essa: Isto é um (quase) monopólio.

Se não fosse um monopólio esta questão nunca se colocaria, porque o preço é definido pelo mercado.
Por outras palavras, num cenário de concorrência, a EDP nunca se atreveria a mudar o preço.

Só num mercado que não tem concorrência (e num bem essencial) é que um monopolista se sente à vontade para mexer no preço em função do custo.

O argumento acima do café também não faz sentido porque, se eu, no meu estabelecimento, aumentar o preço do café (seja porque motivo for) os clientes passarão a tomar o café noutro estabelecimento meu concorrente.
Sem imagem de perfil

De Jaime a 03.07.2008 às 15:04

Não é um quase monopólio. É um monopólio. A distribuição de energia eléctrica é sempre um monopólio por optimização de recursos da sociedade. Não faz sentido criar várias linhas paralelas em concorrência. O que faz sentido é ter um monopólio regulado por uma entidade independente e sujeito a regras de acesso a terceiros. É assim em todos os países. Sugiro que procurem informar-se antes de dizer a primeira frase que se forma na boca. Creio que estão a confundir a distribuição de energia (EDP Distribuição) com a comercialização de energia (EDP Serviço Universal, EDP Comercial, Iberdrola, Union Fenosa...). Aí sim, na comercialização está a criar-se um mercado. Outro erro comum é pensar-se que o dinheiro passa entre as várias empresas do grupo EDP quando, por lei, as empresas são obrigadas a serem juridica e contabilisticamente separadas, mas claro que podemos sempre criar teorias da conspiração em vez de pensar. Por fim, relembro que não é a EDP que faz o preço da energia que vende. Por isso é regulada, quem faz as tarifas é a ERSE seguindo leis aprovadas pela Assembleia da República. Alguém sequer leu os documentos da ERSE antes de escrever aqui?
Sem imagem de perfil

De Dutilleul a 07.07.2008 às 22:32

Exmos. Senhores,

pela comunicação social, tomei conhecimento do que hipocritamente se designa por “proposta”. Na qualidade de cliente da EDP, no que se refere à prestação de um serviço de fornecimento de energia
a) em regime que é efectivamente e para todos os efeitos práticos de monopólio;
b) numa zona em que se chover, o mais provável é que não possa contar com esse serviço (xxxxxxxx, xxxxxxx; ou seja, não, não fica numa região periférica e afastada de tudo);
c) um serviço que como V. Exas. MUITO BEM SABEM não tem qualquer qualidade e que deveria envergonhar qualquer empresa minimamente empenhada, já não digo com qualidade de serviços, mas com a mais elementar forma de respeito pelos seus clientes;
d) uma empresa que se faz pagar por serviços que efectivamente não presta em termos minimamente aceitáveis, que está na origem de inúmeras avarias em aparelhos domésticos e de enormes prejuízos, como V. Exas. MUITO BEM SABEM;
e) uma empresa, que pela razão mencionada em d), institui o roubo como prática empresarial;
f) uma empresa cujos conselhos de administração são objecto de sucessivas notícias que inspiram sentimentos de repulsa e induzem o vómito do cidadão comum com um mínimo de princípios;

e tendo em consideração a evidência de que nas empresas, o incumprimento de obrigações contratuais por parte de um cliente faz parte de uma coisa chamada riscos;
E que em qualquer outra empresa o incumprimento é assunto resolvido com o concurso dos tribunais (sim, sim, a mesma justiça a que as outras empresas e os outros mortais têm direito); E que se a justiça não funciona, também não fica bem à EDP reivindicar uma vida paralela e que pelas leis de um estado de direito é interdita às outras empresas ou cidadãos individualmente considerados;
E que, por todas estas razões, a “proposta” em discussão além de – mais uma vez – substanciar um roubo, é surrealista. (Alguém, em bom juízo, pode dizer a alguém: “O senhor tenha paciência, mas aquele sujeito que vai além, acabou de me roubar a carteira. De maneira que estou para aqui atrapalhado e preciso que me passe a sua, para fazer os acertos. Como vê, tenho aqui uma magnifica pistola.”??????)


Escusado será dizer que discordo, oponho-me e indigno-me com a “proposta”. A EDP tem de facto uma magnífica pistola, mas a proposta é ridícula, insultuosa, ilegal e imprópria de gente de bem. Os cidadãos cumpridores e regulares pagadores não têm nem devem suportar as dívidas de quem não paga.
Uma coisa é ser roubado. Outra, bem diferente, é ser roubado e gozado.
Recorram aos tribunais para esse efeito. Se administração da EDP considerar grande incómodo na solução, que façam uma vaquinha com os respectivos salários, pensões e prebendas. Afinal de contas, entre todos, uma coisita de doze milhões nem chega a fazer mossa.

Fiquem V. Exas. bem que eu vou andando como posso.


Depois, pensei melhor e enviei outra:

Exmos. Srs.

Depois da minha resposta reconsiderei o assunto e declaro-me disposto a aceitá-la na condição de V. Exas. aceitarem ser publicamente acoitados.
A cerimónia deve ser televisionada pela televisão do regime dando assim e finalmente, ensejo à prestação de um verdadeiro serviço público. Os gritinhos devem ser gravados para a radiodifusão do regime.
Creiam-me disponível para pagar também a parte correspondente a dois ou três compatriotas menos adeptos do circo.
Fiquem bem que eu vou andando.
Sem imagem de perfil

De Dutilleul a 08.07.2008 às 01:47

A MINHA ÚLTIMA PROPOSTA:

Exmos. Srs.

Em alternativa à minha última contraproposta (açoitamento público, televisionado e radiodifundido dos autores da “proposta”), proponho a extinção da ERSA.

Tenho fundadas suspeitas de que os benefícios para consumidores, contribuintes e orçamento de estado, são mais do que suficientes para cobrir os encargos dos consumidores que não pagam durante várias décadas.

Fiquem bem que eu vou andando


Sem imagem de perfil

De Dói aqui a 12.07.2008 às 11:19

Não se pertende que seja um estado de Direito, é um estado de Direito, o que lhe falta é ser um estado de Justiça. Em tudo o resto, não faz a mínima diferença de um qualquer Zimbabwé.

Comentar post