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diz que a culpa é da crise internacional

por Rui Castro, em 18.07.08

Ontem, o FMI reviu as previsões de crescimento económico mundial em alta, um dia depois do Banco de Portugal ter revisto em baixa os indicadores económicos nacionais. Sobre Portugal: "Para o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 1,3% em 2008 e bastante menos do que o esperado no próximo ano. O Fundo manteve o número deste ano, mas reviu em baixa a previsão para 2009 de 1,4% (divulgada em Abril) para 1%. Se assim for, Portugal continuará a ser o segundo país que menos cresce na zona euro; mas, mais grave, prolonga a divergência face à zona euro até 2010. Espanha, maior cliente das exportações portuguesas e fonte de investimento estrangeiro, também foi contemplada com uma revisão significativa da expansão de 2009, e já está a arrastar a actividade interna. (...) O FMI  diz que “os problemas fundamentais que restringem a economia portuguesa são internos”. E apresenta a lista: os défices das contas públicas e externas continuam demasiado elevados; o endividamento das famílias, empresas e Estado também; a competitividade  e produtividade são baixas."

Perante isto, e depois de Sócrates ter afirmado despudoradamente que a culpa do mau desempenho da economia portuguesa era da responsabilidade da crise internacional, seria interessante saber o que tem o primeiro-ministro para dizer. Pena é, que muitos órgãos de comunicação social, que podiam e deviam interpelar Sócrates sobre os mais recentes dados revelados pelo FMI, continuem mais interessados em fomentar a guerrilha interna no PSD, dando tempo de antena a ex-líderes ressabiados ou publicando notícias sobre algumas alterações ocorridas neste partido em que são utilizados pelo jornalista mais adjectivos que sujeitos.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Dylan T. a 18.07.2008 às 15:57

O Rui Castro tem o mérito de ser um bom cabo eleitoral em tempos que são já de pré-campanha, mas é também um tipo engraçado.

Os "problemas fundamentais" a que os relatórios do FMI aludem são estruturais, recorrentes e a listagem não traz nada de novo, como o Rui muito bem sabe - embora me pareça que seria um exercício divertido ouvi-lo, a si, dissertar sobre défices...
Agora, descobrir, “despudoradamente”, que a crise internacional afinal não tem grande relação com o desempenho da economia portuguesa, é de mestre.

Sobre a parte mais a sério do seu post, a responsabilidade da comunicação social em "fomentar" a guerrilha interna no PSD, atrevo-me a sugerir que o Rui tem andado algo distraído sobre aquilo em que se transformou o PSD nos últimos anos (a propósito, leu o que “obrigaram” Luis Filipe Menezes a escrever no DN de hoje? Um mimo).

Pequena nota final pedagógica:
Assim de algibeira, quanto cresceu a economia portuguesa entre 2002 e 2005, quando parece que não havia uma grande crise internacional?

Cumprimentos e continuação do bom trabalho

Dylan T.

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