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Até agora foram atribuídas 761 medalhas. 761. Portugal ganhou duas. Duas medalhas. Duas! Em 761. E as medalhas não são do meu querido benfica, nem das federações, nem do comité, nem do governo, nem sequer do país que, como alguns lembraram e bem, nem sequer deu grande contribuição. As medalhas são, exclusivamente, do génio daqueles atletas. E mesmo assim ficamos contentes. E satisfeitos. Distribuindo palmadinhas nas costas uns dos outros e celebrando estes triunfos da nossa pequenez. Lembrando que, da próxima, "não podemos exigir" tanto. Nem dos atletas, nem do país. Não aprendemos nada. Nem vamos aprender. Nem vale a pena. Gerimos o desporto da mesma forma como gerimos a economia, a educação, a saúde ou as finanças. Com mínimos olímpicos. Enquanto der para os mínimos ninguém precisa de se chatear. Enquanto não bater no fundo ninguém precisa de se chatear. E é tão bom quando ninguém tem que se chatear. Porque se há coisa que os portugueses não gostam é de chatices. Deus nos livre de ambições, exigências ou responsabilidades. Duas medalhas. Que bom. Estamos todos de parabéns.
O problema, insisto, não é tanto o tamanho do país, a falta de investimento ou sequer a ausência de um sistema desportivo. O problema mesmo é a mentalidade. E por isso temo que a Vanessa Fernandes e o Nelson Évora - como o Nuno Delgado, o Sérgio Paulinho e tantos outros antes deles - tenham acabado por prestar um mau serviço ao país.