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A tese, maioritariamente afirmada pela esquerda, que defende que a criminalidade tem na sua génese carências sociais ligadas à emigração ou à pobreza, para além de não fundamentada, constitui uma ofensa para todos aqueles que, apesar dos escassos ou inexistentes rendimentos, optam por viver dentro da lei. É também uma forma de contestar o apoio às polícias que a direita sempre reclama em momentos de maior alarmismo social. Independentemente da demagogia a que uns e outros recorrem nestas ocasiões, é pena que se desperdice a oportunidade para falar das, em minha opinião, reais causas do problema. Por um lado, uma deficiente prevenção, resultado de uma péssima gestão dos recursos existentes (como muitos têm afirmado, não é necessário mais polícias, mas sim melhor afectação/distribuição dos que já existem). Por outro lado, uma ausência de punição, em consequência de uma justiça que não existe (este será, porventura, o maior dos nossos problemas). Enquanto continuarmos a "comer e calar" propostas, como a do procurador, que defende a criação de equipas especiais para resolver o assunto (viu-se o que aconteceu no caso Maddie, no Apito Dourado e na Casa Pia), tudo ficará na mesma. Depois admirem-se se a populaça começar a pegar em armas e a fazer justiça pelas próprias mãos. Já estivemos mais longe.