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A vitória de Obama tem, assim de repente, um grande atractivo: assistir ao fim do anti-americanismo primário que habita em algumas mentes mais progressistas. Estou ansioso para ver o Mário Soares, a Ana Gomes ou o Rui Tavares e tantos e tantos outros a engolir tudo aquilo que têm vindo a escrever ao longo destes últimos tempos a propósito de Obama, quando perceberem que a discussão acerca da esquerda e da direita não faz qualquer sentido num país como os EUA. Porventura, já se esqueceram de quem era presidente americano à data da Baía dos Porcos, da Crise dos Mísseis de Cuba ou aquando da entrada dos EUA na Guerra do Vietname. Tirando o maior progressismo nos costumes, as propostas de Obama para a Saúde ou no que respeita ao intervencionismo estatal na economia envergonhariam em Portugal partidos como o CDS ou como o PSD. Ver o Mário Soares (o Rui Tavares é ainda novo) a depositar em Obama as esperanças da esquerda, na sua perspectiva peculiar de salvação do Mundo, é quase tão patético como acreditar que Sócrates nos pode livrar da crise.
disclaimer: subscrevo, quase na íntegra, o texto que o João Miguel Tavares escreveu hoje no dn.