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Há pouco mais de um mês, o Professor Vital Moreira escreveu um texto com o título "Louvor de Angola" que rezava assim:
"É certo que, como anota Fernanda Câncio, «não há eleições em Angola desde 1992». Mas mesmo sem discutir se isso basta para não gostar do governo e do presidente (sentimentos são sentimentos), conviria acrescentar que desde as eleições de 1992 houve um década de guerra civil, que deixou o País ainda mais destruído; que, apesar disso, o parlamento e os partidos (incluindo a Unita) continuaram a funcionar regularmente ao longo deste tempo; e sobretudo que neste momento decorre a campanha eleitoral para eleições parlamentares, que tudo indica não ficarão a dever nada à liberdade política e à lisura democrática, estando também previstas eleições presidenciais no próximo ano. Em matéria de liberdade política e de aposta democrática, prouvera que houvesse muitas angolas em África..."
Ficámos ontem a saber que o Governo angolano impediu que fossem emitidos vistos a cinco órgãos de comunicação social portugueses que pretendiam fazer a cobertura noticiosa das eleições.
Dado a coerência muito própria do percurso político do autor da prosa acima citada, confesso que tenho poucas ilusões quanto à sua capacidade de regeneração ou vontade em voltar atrás na afirmação despudorada que se atreveu a fazer e que envergonha quem tenha o mínimo de sentido democrático. Ainda assim, não resisto a perguntar ao Professor Vital Moreira se, depois de tudo o que já ouviu sobre a forma como a campanha está a correr, mantém o que disse.