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Henrique e Rodrigo (Adão da Fonseca), o que aqui está em causa são produtos financeiros altamente sofisticados - derivados e quejandos -, que estão fora de toda e qualquer regulação, porque objectivamente ninguém sabe muito bem do que se trata a não ser os seus engenhosos criadores. Tais produtos, eminentemente especulativos, assemelham-se, se me permitem, às criações informáticas que os hackers arranjam para furar as firewalls criadas para evitar penetrações (por favor, evitem a piada fácil) nos sistemas. É por isso que afirmo, apesar da minha ignorância na matéria, que a regulação praticamente não existia.
Quanto às falências, desculpem, mas não consigo deixar de as conceber como uma perversidade do sistema. Inevitáveis, por vezes, mas não necessariamente positivas, como os meus amigos insistem em afirmar. É a famosa tese do mal menor. Recuso-me a aceitar que a doença seja ao mesmo tempo a vacina. As falências ocorrem por que alguma coisa correu mal. E se os mercados deviam aprender com os erros em que aqueles que neles actuam persistem, é para mim evidente que o Estado não pode lavar as suas mãos, demitindo-se da sua função reguladora e não tentando evitar o erro.
Aliás, se a quase falência da ML, a “nacionalização” das FM’s, a falência da LB ou a mais que provável falência da AIG fossem coisas desejáveis, como se pode retirar de alguns textos que tenho lido, qual a razão para tamanho alarme? Será de facto inevitável que nos tenhamos que sujeitar de tempos em tempos a crises e recessões, unicamente para que V. Exas. possam demonstrar a bondade da vossa tese?