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vacas frias

por Rui Castro, em 16.09.08

Henrique e Rodrigo (Adão da Fonseca), o que aqui está em causa são produtos financeiros altamente sofisticados - derivados e quejandos -, que estão fora de toda e qualquer regulação, porque objectivamente ninguém sabe muito bem do que se trata a não ser os seus engenhosos criadores. Tais produtos, eminentemente especulativos, assemelham-se, se me permitem, às criações informáticas que os hackers arranjam para furar as firewalls criadas para evitar penetrações (por favor, evitem a piada fácil) nos sistemas. É por isso que afirmo, apesar da minha ignorância na matéria, que a regulação praticamente não existia.

Quanto às falências, desculpem, mas não consigo deixar de as conceber como uma perversidade do sistema. Inevitáveis, por vezes, mas não necessariamente positivas, como os meus amigos insistem em afirmar. É a famosa tese do mal menor. Recuso-me a aceitar que a doença seja ao mesmo tempo a vacina. As falências ocorrem por que alguma coisa correu mal. E se os mercados deviam aprender com os erros em que aqueles que neles actuam persistem, é para mim evidente que o Estado não pode lavar as suas mãos, demitindo-se da sua função reguladora e não tentando evitar o erro.

Aliás, se a quase falência da ML, a “nacionalização” das FM’s, a falência da LB ou a mais que provável falência da AIG fossem coisas desejáveis, como se pode retirar de alguns textos que tenho lido, qual a razão para tamanho alarme? Será de facto inevitável que nos tenhamos que sujeitar de tempos em tempos a crises e recessões, unicamente para que V. Exas. possam demonstrar a bondade da vossa tese?


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Helder a 17.09.2008 às 00:00

95% da empresas fundadas nos EUA num determinado momento não passam do quinto ano de actividade, 98% não passam do décimo ano. É com isto que quer acabar? Já foi testado e deu o resultado que se conhece: evitou a sobreprodução.

As falências não são desejáveis, o que é desejável é que quando ocorrem por processos de selecção do mercado não devem ser evitadas. É o risco delas ocorrerem que disciplina os agentes e lhes diminui o impacto. O "risco moral" existe e foi determinante em toda esta história. Podem começar (para não ir mais longe) pelo Comunity Reinvestment Act e pelo crescimento de 100% na massa monetária nos EUA em oito anos.

Os fadistas deixaram de usar soqueira e navalha e o resultado é a decadência da Alfama School of Economics. Já nem ensinam a tarrachinha. ;-)
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De Henrique Burnay a 17.09.2008 às 00:19

Alfama School of Economics é muito bom.
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De Helder a 17.09.2008 às 00:24

ASE é do RMD... ;-) só podia.

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