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Tenho um barco carregado de café pronto para sair da Costa do Marfim. Ainda o barco não estava carregado e já vendi o café. Ainda o barco não saiu do porto e o comprador do comprador já o vendeu outra vez. Como as perspectivas de mercado são boas o comprador do comprador do comprador vende o café ao preço a que ele estará quando o barco chegar ao destino. Como as perspectivas são mesmo boas o comprador do comprador do comprador do comprador vende a opção de compra do café ao preço a que a mercadoria estará quando o barco chegar ao destino. Cinco transacções. Cinco mais valias. E a viagem ainda está no princípio. Cada transacção, cada mais valia. E quando o café que veio da costa do marfim chegar ao restaurante do senhor albano tem um custo muitíssimo superior ao seu valor real. Porquê? Porque a procura que deu origem à subida dos preços é artificial. Ou seja, nem o café é raro nem há assim tanta gente a bebe-lo. É claro que podemos considerar isto normal. É o mercado a funcionar. Talvez. Mas um dia que o senhor Albano tentar vender o café a um euro eu deixo de beber café. Nesse dia o senhor Albano fecha a porta por causa das toneladas de café compradas a preços doidos que guardou na salinha do fundo.
É claro que este poste é um pequeno exercício. Quase infantil. E eu não sou um especialista nestas coisas. Um exagero de um exagerado. Não levem a sério, por favor. Ah! É verdade! Eu já vos disse que a cotação do café triplicou desde que começou a crise do subprime?