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o custo do sistema

por Rodrigo Moita de Deus, em 23.09.08

Antes que se entusiasmem e anunciem, alegres, o fim do capitalismo ou das economias liberais (e com elas, presumem, das falências, do desemprego e dos "valores não reais" das coisas) convinha que olhassem para as últimas décadas de sucesso económico, para todas as empresas que só nascem porque esse tenebroso sistema financeiro as financiou e elas puderam gerar empregos ( para pessoas "reais" que nas últimas décadas puderam comprar casas com que sonhavam) e desenvolver tecnologia.

 

O Henrique tem toda a razão. O capitalismo permitiu um desenvolvimento impar na história da humanidade. Numa lógica de custo benefício o capitalismo continua a ser o pior dos sistemas à excepção de todos os outros. Mas não foi o capitalismo que provocou esta ou outras crises semelhantes (devíamos lembrar a bolha da internet). Nem tão pouco foi a iniciativa privada que o Henrique elogia. Foi, pura e simplesmente, a incapacidade dos estados regulamentarem eficazmente as actividades financeiras. Tudo isto porque os objectivos dos mercados (especialmente os financeiros) e das sociedades não são coincidentes.   


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Helder a 23.09.2008 às 11:40

Rodrigo,

a incapacidade dos estados regulamentarem eficazmente as actividades financeiras.

podemos esperar sentados por essa regulamentação eficaz. Diz o LA-C ( http://aguiarconraria.blogsome.com/2008/09/17/sobre-os-genios-da-nossa-blogosfera/#more-498):

Como encontrar a regulamentação óptima. Dediquei-me a este assunto durante o meu doutoramento. Para ser mais preciso, comecei a escrever a minha tese de doutoramento neste tópico específico. Ao fim de seis meses desisti. Este problema é tão complicado, tão difícil de analisar que tive medo de nunca mais acabar a minha tese de doutoramento. Ao fim de meio anos a martelar neste tema, tinha reduzido a realidade a um modelo absurdamente simples e simplista. Esse modelo não tinha em consideração os movimentos internacionais de capitais. Não tinha em conta que há diversos tipos de investimento. Não considerava a existência de diversos produtos bancários. Abstraía-se das diferentes formas que o sistema financeiro podia tomar. Enfim, era um modelo absurdamente simples e completamente irrealista, sem qualquer adesão à realidade. Ora, nem nesse modelo conseguia encontrar a melhor solução.
E nas dificuldades que se lhe colocaram há duas ou três impossíveis de modelar. Por exemplo, ninguém pode calcular quais serão os produtos financeiros existentes no futuro. Ou que formas tomará o sistema financeiro.
Tudo isto porque os objectivos dos mercados (especialmente os financeiros) e das sociedades não são coincidentes.

Adam Smith explicou isso há tanto tempo e até agora ninguém arranjou método melhor. Incrível não é?

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