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Se partirmos para uma discussão lançando a ideia de que os nossos opositores defendem soluções radicais, ficamos com muito mais hipóteses de fazer passar a nossa mensagem como uma mensagem ponderada e sensata (mesmo que seja errada).

 

Se, por exemplo, o nosso opositor defender a primazia do poder político sobre os poderes económicos, e nós alegarmos sistematicamente que ele quer nacionalizar os meios de produção, confiscar os bens, fechar as fronteiras, expropriar as terras e proibir as transacções, o mais natural é que, ao fim de algum tempo, os mais desatentos comecem a achar que a primazia do poder político sobre os poderes económicos é tudo isto, e que a solução ponderada, sensata, “moderada” é a primazia dos poderes económicos sobre o poder político.

 

A blogosfera, como qualquer comunidade mediática onde haja mais de 5 pessoas, age muito por silogismos miméticos: fulano, que é muito lido, disse que quem quer regular e fiscalizar o mercado é socialista; beltrano sugeriu que era necessária uma fiscalização mais apertada; beltrano é um safado dum socialista. E eu, antes que me chamem de socialista, vou tratar de defender aquilo que o fulano que é muito lido diz.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Henrique Burnay a 23.09.2008 às 14:58

Supondo que onde está escrito "socialista" se possa escrever "liberal" (alterando as convicções correspondentes de fulanos e beltranos), suspeito, Eduardo, que ficamos sem saber onde estava o Dom Quixote.
Talvez o descubramos no jantar com o João.
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De E a 23.09.2008 às 16:17

Claro, Henrique, o exemplo é só um exemplo. A moral é a mesma se se inverterem as posições.

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