tenho sempre que explicar tudo II
por Rodrigo Moita de Deus, em 06.10.08
308907. É o número de alunos inscritos no ensino particular. O que faz que tantos e tantos pais procurem o ensino particular quando têm uma alternativa gratuita? As condições, as infra-estruturas e, inevitávelmente, a qualidade do ensino. Na área da saúde os utentes ao menos reconhecem qualidade técnica a quem trabalha no sector público. Mas isso não acontece na educação.
Este facto tem um efeito ainda mais perverso. Com a crescente crise o ensino público será cada vez mais o ensino dos pobres. O ensino dos maus alunos. Só não vai para o ensino particular quem não pode, acentuando ainda mais o estigma e o preconceito da sociedade. 308907 alunos e a respectiva classe discute o estatuto da carreira docente.
lavagem de mãos e outras medidas profiláticas
De reb a 06.10.2008 às 14:32
Muitos pais matriculam os seus filhos em colégios particulares pq não os querem misturados com tudo o que é "chungaria". Têm medo que os assaltem, etc.
Não sabia isso?
Atenção aos erros ortográficos: "inevitavelmente "não leva acento, é uma palavra grave.
Não sabia isso?
Atenção aos erros ortográficos: "inevitavelmente "não leva acento, é uma palavra grave.
De Jeronimo a 06.10.2008 às 14:41
Os pas não têm medo da "chungaria". Os pais têm + receio de hipotecar a formação dos seus filhoes em estabelecimentos onde não há qualquer responsabilização dos seus agentes. Há assaltos fora das escolas, quer sejam públicas ou privadas. Há assaltos dentro das escolas públicas, ao contrário das privadas, porque os seus funcioários o permitem. Maus professores, em escolas privadas, não têm grande futuro. Nas públicas, podem chegar ao topo da carreira ...
De Jeronimo a 06.10.2008 às 14:43
Na mouche. A comparação com o SNS é vem conseguida, são sistemas com problemas idênticas e onde a diferença na competência média dos seus profissionais provoca uma diferença abissal em termos da confiança que transmitem.
De am a 06.10.2008 às 14:46
a classe até devia oferecer o trabalho. é isso o que quer dizer?
De am a 06.10.2008 às 15:07
A classe dos professores é a mesma nas escolas estatais e nas escolas privadas. Só há 2 ou 3 anos é que o governo agravou a dificuldade de acumulação, porque há professores e habilitados a ser professores em excesso. A diferença não se encontra nos professores mas na natureza das escolas (os professores não conhecem a lei da oferta e da procura). A influência do governo tem custos.
A classe dos médicos é a mesma nas clínicas estatais e nas clínicas privadas. O governo só não agravou a dificuldade de acumulação porque há défice de médicos (os médicos conhecem a lei da oferta e da procura). A diferença não se encontra nos médicos mas na natureza das clínicas. A influência do governo tem custos.
A classe dos médicos é a mesma nas clínicas estatais e nas clínicas privadas. O governo só não agravou a dificuldade de acumulação porque há défice de médicos (os médicos conhecem a lei da oferta e da procura). A diferença não se encontra nos médicos mas na natureza das clínicas. A influência do governo tem custos.
De Jeronimo a 06.10.2008 às 17:56
(...)os professores não conhecem a lei da oferta e da procura(...). E os alegados 40000 que ficaram de fora ?
O problema é que a lei da oferta e da procura não funciona se não se consegue perceber quais os melhores. Para além de que até há pouco tempo entravam mais professores que os necessários, distorcendo a natural aplicação dessa lei.
O problema é que a lei da oferta e da procura não funciona se não se consegue perceber quais os melhores. Para além de que até há pouco tempo entravam mais professores que os necessários, distorcendo a natural aplicação dessa lei.
De am a 06.10.2008 às 19:13
Está a ver que concorda comigo? Se os professores conhecessem a lei da oferta e da procura, impediam a entrada de novos professores, por exemplo, exigindo exames difíceis de acesso e trabalhando mais. É o que os médicos fazem, logo na fonte. São contra a abertura de mais faculdades de medicina, contra o aumento dos numerus clausus e contra o licenciamento de médicos estrangeiros.
De Jeronimo a 07.10.2008 às 10:18
Isso não é a lei da oferta e da procura mas a sua distorção. O que a ordem dos médicos tem feito nesse aspecto é quase criminoso. Mas tem garantido pleno emprego aos seus associados, à custa da destruição dos sonhos de milhares de jovens com vocação e médias excelente mas não absurdas.
De am a 07.10.2008 às 11:30
É, é. Se os médicos não se defendessem ganhavam menos do que os delegados de informação médica.
De Jeronimo a 07.10.2008 às 22:17
Os menos bons ganhavam eventualmente menos. Os melhores ganhavam até eventualmente mais. Mas é assim que deve ser, dar oportunidades a todos e deixar que a selecção seja feita pelo mérito de cada um. E já viu bem o efeito destas medidas absurdas da OM ? Já deve ter visto por aó médicos espanhóies, não ? E o principal problema do SNS, qual é ? A falta de médicos.
De pedro a 06.10.2008 às 15:16
E seria interessante ver quantos desses são filhos de professores. Pelo que tenho ouvido apostaria que bastantes!
De reb a 06.10.2008 às 14:49
Por que falam do que desconhecem?
Um dos "melhores" colégios de Lisboa só contrata professores novinhos porque , tal como no oficial, o ordenado é inferior ao dos mais antigos. As aulas têm 30 ou mais alunos. Quando lá existem professores mais experientes, estão tb a dar aulas na escola pública.
O ano passado ponderei ir para o privado para descansar uns anos da turbulência dos meus alunos. Estou, por isso, informada..
Mas quem sou eu para falar de escolas...eu sou uma simples professora do ensino público e os senhores são, seguramente, pessoas mais documentadas do que eu para abordar estes assuntos...
Um dos "melhores" colégios de Lisboa só contrata professores novinhos porque , tal como no oficial, o ordenado é inferior ao dos mais antigos. As aulas têm 30 ou mais alunos. Quando lá existem professores mais experientes, estão tb a dar aulas na escola pública.
O ano passado ponderei ir para o privado para descansar uns anos da turbulência dos meus alunos. Estou, por isso, informada..
Mas quem sou eu para falar de escolas...eu sou uma simples professora do ensino público e os senhores são, seguramente, pessoas mais documentadas do que eu para abordar estes assuntos...
De rms a 06.10.2008 às 15:18
Eu estudei na pública e ensinaram-me que os advérbios de modo não têm acento...
De Francisco Mendes da Silva a 06.10.2008 às 15:56
Rodrigo,
O ensino particular não existe na evidente maioria do território nacional. E o que ainda vai havendo fora de Lisboa e Porto está longe - muito longe - da qualidade do que existe nos grandes centros.
O ensino particular não existe na evidente maioria do território nacional. E o que ainda vai havendo fora de Lisboa e Porto está longe - muito longe - da qualidade do que existe nos grandes centros.
De pnf a 06.10.2008 às 16:51
Que disparate tão grande. Certamente conhece todo o ensino privado que existe fora de Lisboa e Porto. Todo, mas todo, todo mesmo.
Olhe eu conheço algum e, garanto-lhe, não está longe, muito menos "muito longe" do que em Lisboa e Porto, já para não falar que haverá péssimos exemplos nessas duas localidades.
Enfim.
Olhe eu conheço algum e, garanto-lhe, não está longe, muito menos "muito longe" do que em Lisboa e Porto, já para não falar que haverá péssimos exemplos nessas duas localidades.
Enfim.
De Daniel A. a 07.10.2008 às 00:08
Como?
Colégios privados de qualidade no Porto????
Indique-me 1/2 dúzia de colégios desses colégios. E se puder acrescente-lhes o diferencial que apresentam entre as notas internas e as notas de exames.
Eu que moro no Porto tenho dificuldade em encontrar por aqui colégios de qualidade.
Colégios privados de qualidade no Porto????
Indique-me 1/2 dúzia de colégios desses colégios. E se puder acrescente-lhes o diferencial que apresentam entre as notas internas e as notas de exames.
Eu que moro no Porto tenho dificuldade em encontrar por aqui colégios de qualidade.
De Anónimo a 07.10.2008 às 08:54
Fui bicliente do Colégio Luso Francês. Valeu todos os euros que lá deixei. E mais que tivesse custado.
De Daniel A. a 07.10.2008 às 23:04
E sabe qual é diferença entre as Notas internas e nas Notas de Exame no Luso-Francês?
Em 2007 foi de 3 valores, notas internas na casa dos 16 e notas de exame abaixo dos 13. Mais de 3 valores de diferença!!! Anda a competir com o Ribadouro e afins...
Bem perto na Escola Filipa de Vilhena para uma média interna de 14.1 no exame a média foi de 13. Diferença de 1.1.
Quem é mais exigente?
Em 2007 foi de 3 valores, notas internas na casa dos 16 e notas de exame abaixo dos 13. Mais de 3 valores de diferença!!! Anda a competir com o Ribadouro e afins...
Bem perto na Escola Filipa de Vilhena para uma média interna de 14.1 no exame a média foi de 13. Diferença de 1.1.
Quem é mais exigente?
De am a 08.10.2008 às 10:05
não sei. a exigência não é igual à diferença entre a nota da frequência e a do exame, que foi a única coisa que referiu.
se ler o que escrevi verá que dei uma opinião individual da minha satisfação e que não fiz qualquer extrapolação dela.
para que não haja dúvidas maliciosas relativas à minha satisfação, acrescento que as minhas filhas tiveram classificações de exames tão altas como as da frequência. sempre apreciei e defendi nas reuniões de pais a elevada exigência dos professores que tiveram.
agora, quanto às clasificações dadas por alguns colegas professores em algumas escolas secundárias, parece que tanta exigência nas classificações da frequência não emparelha com semelhente nível na preparação dos alunos, conforme o indicador classificação dos exames.
se ler o que escrevi verá que dei uma opinião individual da minha satisfação e que não fiz qualquer extrapolação dela.
para que não haja dúvidas maliciosas relativas à minha satisfação, acrescento que as minhas filhas tiveram classificações de exames tão altas como as da frequência. sempre apreciei e defendi nas reuniões de pais a elevada exigência dos professores que tiveram.
agora, quanto às clasificações dadas por alguns colegas professores em algumas escolas secundárias, parece que tanta exigência nas classificações da frequência não emparelha com semelhente nível na preparação dos alunos, conforme o indicador classificação dos exames.
De reb a 06.10.2008 às 16:37
Existe, em algumas pessoas, um preconceito: o que é público é mau e o que é privado é que é bom. Penso que a ideia por detrás disto será: as pessoas só se esforçam quando temem represálias.
O que tenho verificado, ao longo da vida, é que isto não é taxativo. Há muitas pessoas que se esforçam por mérito próprio e dedicação ao que fazem.
Como explicar as confusões que se passam em muitas universidades privadas? Nesse nível de ensino, todos preferem as públicas e só vai para uma universidade privada quem não tem média para a pública.
Como se explica isto?
Para já não falar da desregulação da banca privada, como temos tido conhecimento ultimamente.
O que tenho verificado, ao longo da vida, é que isto não é taxativo. Há muitas pessoas que se esforçam por mérito próprio e dedicação ao que fazem.
Como explicar as confusões que se passam em muitas universidades privadas? Nesse nível de ensino, todos preferem as públicas e só vai para uma universidade privada quem não tem média para a pública.
Como se explica isto?
Para já não falar da desregulação da banca privada, como temos tido conhecimento ultimamente.
De Fernando Martins a 06.10.2008 às 16:45
"O que faz que tantos e tantos pais procurem o ensino particular quando têm uma alternativa gratuita?"
Começa mal: há de facto alunos que só podem ir para Escolas privadas, a menos que queiram perder 1 hora ou mais por dia de autocarro...
Depois as Escolas privadas fornecem outros serviços que as Públicas não podem fornecer: prolongamento de horário e outras actividades, pois as regras do Estado as impossibilitam.
Finalmente muitas privadas são melhores porque seleccionam os seus alunos (não aceitam alunos com necessidades educativas especiais, deficientes, com pouca inteligência ou problemáticos, que enxotam para a Escola Pública).
Os docentes que leccionam numas e noutras são muito similares: quando era possível os professores acumulavam o serviço nas privadas com o da Escola Pública.
Finalmente o financiamento aos milhões, que dá para Ferraris dos Directores e Administradores dos Colégios e ainda para comprar autocarros, é estupidamente diferente - o Ministério dá migalhas à Escola Pública e milhões a alguns colégios - porque não faz uma pesquisa sobre um grupo ligado ao PS chamado GPS...?
Começa mal: há de facto alunos que só podem ir para Escolas privadas, a menos que queiram perder 1 hora ou mais por dia de autocarro...
Depois as Escolas privadas fornecem outros serviços que as Públicas não podem fornecer: prolongamento de horário e outras actividades, pois as regras do Estado as impossibilitam.
Finalmente muitas privadas são melhores porque seleccionam os seus alunos (não aceitam alunos com necessidades educativas especiais, deficientes, com pouca inteligência ou problemáticos, que enxotam para a Escola Pública).
Os docentes que leccionam numas e noutras são muito similares: quando era possível os professores acumulavam o serviço nas privadas com o da Escola Pública.
Finalmente o financiamento aos milhões, que dá para Ferraris dos Directores e Administradores dos Colégios e ainda para comprar autocarros, é estupidamente diferente - o Ministério dá migalhas à Escola Pública e milhões a alguns colégios - porque não faz uma pesquisa sobre um grupo ligado ao PS chamado GPS...?
De am a 06.10.2008 às 19:22
É capaz de dizer em que colégios do Porto acontece o que descreveu no último parágrafo?
Em muitas públicas, digo estatais, também há turmas de acesso reservado. Acha mal?
Em muitas públicas, digo estatais, também há turmas de acesso reservado. Acha mal?
De Daniel A. a 07.10.2008 às 00:04
Desses 308907 alunos retire:
os 125.000 que frequentam o pré-escolar privado, onde a oferta pública é escassa.
os 35.000 das escolas profissionais, cuja frequência é gratuita.
os 50.000 dos colégios com contrato de associação, em zonas onde alegadamente não há escolas públicas ou estas estão cheias, cuja frequência é igual às públicas, gratuita.
Vendo bem não chega a 100.000 o n.º de alunos cujos pais têm de pagar propina.
os 125.000 que frequentam o pré-escolar privado, onde a oferta pública é escassa.
os 35.000 das escolas profissionais, cuja frequência é gratuita.
os 50.000 dos colégios com contrato de associação, em zonas onde alegadamente não há escolas públicas ou estas estão cheias, cuja frequência é igual às públicas, gratuita.
Vendo bem não chega a 100.000 o n.º de alunos cujos pais têm de pagar propina.
De am a 07.10.2008 às 09:02
Não estou a perceber a relevância dessas contas.
Pelo contrário, o importante é que quem quiser optar pelo ensino numa escola privada com paralelismo e autonomia não seja constrangido por ter de pagar duas vezes, uma no irs e outra na propina.
Pelo contrário, o importante é que quem quiser optar pelo ensino numa escola privada com paralelismo e autonomia não seja constrangido por ter de pagar duas vezes, uma no irs e outra na propina.
De maria a 07.10.2008 às 02:02
O RMD tem uma levíssima ideia de quem são os professores que leccionam o ensino particular?
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