Estou farto, farto de andar por blogs e mais blogs a escrever as mesmas coisas nas caixas de comentários, por isso, escrevo aqui e espero que os envolvidos visitem regularmente o Technorati. Caros membros do 31 da Armada, do Cachimbo de Magritte, do Blasfémias e de todos os blogues que se auto-intitulam de "direita conservadora" a escrever um post com um, um único argumento válido que demonstre que é eticamente condenável duas pessoas do mesmo sexo assinarem um contrato em que se comprometam a amar-se mutuamente. Quem tiver coragem, que aceite o desafio.
é eticamente condenável duas pessoas do mesmo sexo assinarem um contrato em que se comprometam a amar-se mutuamente.
-Ninguém assina tal compromisso, pelo menos com as premissas que refere. Por acaso até assinei tal contrato, e não me recordo da parte "amarem-se mutuamente". Mas se alguém quiser procurar escrever tal num papel, certamente encontrará um advogado ou notário que lhe autentique tal documento. Se está a referir-se ao casamento tal como existe, sou contra, o casamento é uma instituição da sociedade que não deve ser descaracterizada, penso eu, e pelos vistos a maioria dos portugueses. Se quer de facto resolver os problemas concretos das pessoas que têm uma orientação sexual diferente, tal como heranças ou assistência na doença entre outras, uma união civil poderá resolver a situação, mas registada notarialmente e não na conservatória do registo civil. Quanto à parte do amor, podem acrescentar o que entenderem ao contrato de registo.
- O casamento entre pessoas do mesmo sexo não se põe no plano ético, mas sim no plano apenas "natural"!!!!! Então é natural haver um casamento entre 2 homens ou entre 2 mulheres??? Não é preciso trazer sequer a questão ética ou moral!!
Ó Gomez: Já pensou em todas as coisas que faz no seu dia-a-dia que não são naturais? É que se quiséssemos ser naturais vivíamos na selva a comer fruta e bagos dos arbustos. Aposto que o que comeu hoje ao pequeno-almoço não tem nada de natural. Ou o carro ou autocarro que usou para se deslocar. Essa do "não é natural" a mim não me convence. Eu continuo a achar que os homosesuais têm o mesmo direito de ser infelizes no casamento como qualquer outra pessoa. Querem casar? Força aí!
Aos olhos da lei duas pessoas do mesmo sexo podem amar-se até ao fim dos seus dias, sem problema nenhum. Mas, como foi dito, n é disso que o casamento civil trata.
O casamento é, desde que existe, a instituição da qual nasce a família. Por isso é protegido e regulado pelo Estado.
Duas pessoas do mesmo sexo podem assinar o contrato que quiserem (liberdade de estipulção, está prevista no Código Civil. Casar, ou seja partilhar cama, mesa e tecto com o fim de constituir família é impossível.
Casamento é para procriar? Então talvez fosse oportuno começar a testar a fertilidade e a capacidade de gerar vida dos casais, antes destes se casarem. Eu acho que os casais gays deviam ter direito ao casamento civil. Quanto mais não seja porque temos uma Constituição que prevê igualdade perante a Lei, e temos um Código Civil que anula essa igualdade, por conter apenas três palavras a mais: Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente (artigo 1577º do Código Civil). Para além de que, o facto das pessoas se casarem não interferir em nada com a vida dos outros.
Raquel, a constituição tem que ser interpretada. Aliás, dois dos nossos maiores constitucionalistas, o Professor Jorge Miranda e o Professor Gomes Canotilho (mestre desse grande arauto da esquerda, o Professor Vital Moreira) já explicaram que o Código Civil n é insconstitucional, como ainda acresteram que uma lei que permitisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo o seria.
A igualdade é para casos iguais. Um homem e uma mulher, desde que solteiros e maiores de 16 anos, podem casar-se, independentemente de cor, sexo, raça, ascendência ou orientação sexual. Ao estado, estas coisas são completamente indiferentes.
Já duas pessoas o mesmo sexo não podem casa, independentemente de raça, sexo, religião, ascendência, capacidade física ou orientação sexual. Não há qualquer desigualdade.
E não vale a pena falar no amor. Embora seja essencial para o homem, é indiferente para a lei...
Que eu saiba o Canotilho não disse nada disso. O que Gomes Canotilho e Vital Moreira defendem é a mudança da lei, mas que a situação actual não configura inconstitucionalidade.
Ora isto leva para uma discussão jurídica interminável sobre se o casamento na Constituição é um direito ou uma garantia institucional...
Por mim sei bem qual o caminho. Abolição do estado civil JÁ !