por Vítor Cunha, em 16.01.07
Caro João: limitei-me inicialmente a constatar uma comunhão de pontos de vista entre o PND e o PP. Noto ainda a partilha de métodos - no caso o «apelo» ao Presidente da República.
Contudo, e após uma curta visita ao site do «Jornal da Nova Democracia», vejo que laborei num erro, como podes constatar pela leitura do comunicado da Direcção que de seguida reproduzo. Afinal, há diferenças e até há acusações diversas, e graves -, provas irrefutáveis de que muito separa os dois partidos. Depois deste ensinamento, prometo, vou passar a consultar os respectivos sites com outra frequência.
«A Nova Democracia após a Petição entregue na Assembleia da República contra a construção do Aeroporto da OTA escreveu a todos os Presidentes de Partido com representação parlamentar solicitando-lhes que se unissem na recolha de assinaturas tendo em vista a realização de um Referendo Nacional sobre a matéria. Embora ainda não tenha obtido resposta por parte do CDS, a Nova Democracia regista que o Dr. Ribeiro e Castro “acordou” para o problema e que seguindo o velho princípio do “mais vale tarde do que nunca” percebeu que deveria também manifestar-se contra este erro nacional. Todavia a Nova Democracia considera que a declaração do Dr. Ribeiro e Castro, à semelhança aliás de muitas declarações suas, têm mais “parra do que uva”, uma vez que não se pode entender como é que alguém é contra uma obra e admite actuar em relação a ela apenas a partir de 2009.
A Nova Democracia pede ao Dr. Ribeiro e Castro que se deixe de conversa fiada e passe à acção. Palavras já todos as tiveram! São precisos actos, e actos consequentes. O país está cansado de políticos que dizem coisas para sair na fotografia, mas que não agem. Muitas vezes para protegerem interesses paralelos de alguns dos seus colegas.
A Nova Democracia espera que o Dr. Ribeiro e Castro tenha coragem, representando o que diz defender, para começar um processo de recolha de assinaturas, desde já, com vista à realização de um Referendo Nacional. Se o CDS apenas ficar pelas declarações e pelos almoços isso será para nós revelador de que o CDS e o seu líder gritam muito mas fogem ao primeiro sinal de luta. A OTA exige uma mobilização efectiva e não apenas tiros de pólvora seca a que certos políticos nos têm habituado.
A Direcção da Nova Democracia
Lisboa, 16 de Janeiro de 2007»