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A CAUSA

por Rita Barata Silvério, em 19.01.07
Henrique, dizes que votas não porque "esta Lei que aceita excepções que compreendo, mas recusa liberalizações sem causa". Ai, a causa. Claro que a vontade de uma mulher não é uma causa suficientemente válida quando se confronta com a potência de uma vida. Pois. Deixa estar. Se o NÃO ganhar podes ficar descansado: o inocente será salvo, o Estado não pagará assassinatos e todas essas mulheres que abortam poderão continuar a fazê-lo em Mérida. Sem causa, claro está. Porque uma mulher, quando aborta, é porque está na boa, nem sequer tem uma razão aparente para o fazer. Pronto, parece que há umas quantas miúdas de treze anos, analfabrutas e sem mínima capacidade intelectual para educar um filho que engravidam, o que é chato, mas isto não me parece uma causa sólida para abortar. Também há aquelas que acabam de separar e nunca trabalharam, ou as outras a quem a pílula não funcionou, ah!, e umas que simplesmente não querem ser mães. São só mulheres sem causa que merecem ser punidas por esta Lei que tanto gostas.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De rita barata silverio a 19.01.2007 às 18:11

Henrique,
O argumento da vontade do pai, ufff, nem vou entrar por aí. Porque a barriga, e desculpa lá, é minha e o que está lá dentro é apenas isso, uma potência de vida.
Com isto entende-se a nossa diferença, quando há vida e que valor é mais importante: a liberdade de escolha da mulher ou a possibilidade de vida de um feto (10 semanas, só 10 semanas).
(estou a ver que tenho que apanhar um avião para Bruxelas)
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De Henrique Burnay a 20.01.2007 às 00:39

Olha que os voos da Virgin são baratos.
Temos de fazer um encontro dos 31 na estranja. E partir na demanda do Fernando Albino.
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De Inês a 22.01.2007 às 11:31

Rita,
Com argumentos de «Porque a barriga, e desculpa lá, é minha» só posso presumir que não tenha sido Mãe ou tenha estado alguma vez grávida, ou, se esteve, esteve - ao mesmo tempo - numa profunda bebedeira.
É que, «e desculpa lá», a barriga é minha, mas o que lá está dentro não e isso, cara Rita, é coisa que se sente desde o início.
Existem milhões de argumentos para defender o sim à despenalização do aborto, mas os seus - e este em especial - é de quem não se deu um segundo para pensar a sério na questão.
Esperava mais de si, Rita, mas parece que fica para outro assunto.
Inês

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