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Pão nosso de cada dia

por João Moreira Pinto, em 16.01.09

O Estado socialista a que nos habituaram gosta de ser omnipresente e omnipotente. Omnipresente e omnipotente em todo e qualquer aspecto da vida dos Portugueses, desde a quantidade açúcar que colocamos no café, passando pela forma como nos sentamos no  banco de um automóvel, até à recente proposta de limitar o teor de sal do pão que comemos.

 

Em nome da saúde pública, ou em nome de qualquer outro bem comum magnificente, a fúria legislativa condiciona cada vez mais a nossa liberdade de acção, reduzindo sucessivamente a capacidade dos Portugueses de responderem pelos seus próprios actos.

 

A função do Estado, principalmente no que concerne a saúde, é a de disponibilizar informação correcta e verdadeira e responsabilizar os Portugueses pelas opções tomadas. Se não queres andar de capacete, vais escacar a pinha e podes até ficar tetraplégico. Estarás disposto a pagar os custos da estadia de um mês ou mais numa Unidade de Cuidados Intensivos? Terás dinheiro para pagar a fisioterapia para o resto da vida? Queres entupir as artérias de gorduras polinsaturadas, revestir o pâncreas de açúcar e encharcar o rim de sal? Tudo bem, mas olha que tomar antihpertensores, dislipidémicos e antidiabéticos orais vai te sair do bolso.

 

O Sistema Nacional de Saúde, tal como está desenhado, desresponsabiliza totalmente o cidadão pelas opções de vida que toma. Pagam todos pelas irresponsabilidades de poucos. Não existe uma cultura de hábitos de vida saudável, porque, como já escrevi no blogue da Atlântico,: «o cidadão não sabe, nem aprende. Não precisa», O Estado andará sempre com os Portugueses pela mãozinha, dizendo o que podem ou não fazer, o que podem ou não comer, pagando a conta no fim.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Miguel O a 16.01.2009 às 17:43

Acho que já tinha dito isto algures. Vale a pena ler: S.O.S. Felicidade, de Griffo e Van Hamme
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De João Moreira Pinto a 16.01.2009 às 18:01

Nunca li, mas vou procurar. Obrigado!
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De Miguel O a 16.01.2009 às 23:28

Os primeiros 3 episódios foram publicados n'As Selecções BD, pela Meribérica, em finais dos anos 80. Não sei se os restantes (SOS Bonheur) chegaram a ser publicados cá. O meu preferido inclui uma cena em que a Polícia do Sistema de Saúde entra por um autocarro, num dia de Inverno, para fiscalizar se toda a gente tinha uma camisola interior quentinha. Na altura divertiu-me. Hoje, acho que já estivemos mais longe.
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De Daniel Reis a 17.01.2009 às 00:24

Presumo então que um diabético "normal", que tenha propensão genética para tal e que os seus comportamentos alimentares em nada tenham contribuído para o estado em que se encontra, deve pagar os devidos tratamentos a peso de ouro.

Claro está que se essa mesma pessoa, por azar, não tiver meios para sustentar a sua vil doença, deverá padecer, ou mesmo morrer. Sobrevivência dos mais aptos, no seu melhor.

A não ser que queira recorrer a um critério altamente objectivo de perguntar: "então, comias muitos docinhos era?"
Resposta:
Sim - Paga do próprio bolso
Não - O Estado paga

A vida em sociedade, não é tão simples como o post evidencia...
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De João Moreira Pinto a 17.01.2009 às 20:08

Daniel,
Obrigado pelo comentário. Como é óbvio, a carga genética de certas doenças não é um factor desprezível. De qualquer forma, este post não pretende ser sobre a fórmula de financiamento do sistema. Com propensão ou sem propensão genética as pessoas devem preservar o seu corpo como um bem inestimável e ter formação adequada para tal, não apenas leis que as obriguem a isso. In extremis acabaríamos sem liberdade de movimentos.
Cumprimento,
J
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De a presença das formigas a 17.01.2009 às 21:56

"A função do Estado, principalmente no que concerne a saúde, é a de disponibilizar informação correcta e verdadeira e responsabilizar os Portugueses pelas opções tomadas."

Posso depreender daqui. que também é a favor da despenalização das drogas? Desde que devidamente etiquetadas, claro.

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