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O Correio da Manhã publicou hoje uma reportagem que coloca em destaque a podridão da justiça e do poder autárquico em Portugal. Tudo isto a propósito de Mesquita Machado, o presidente da Câmara Municipal de Braga há mais de 32 anos.
Durante oito anos a Polícia Judiciária do Porto investigou a família Mesquita Machado, e apesar de ter descoberto um autarca com uma vasta fortuna, e com muito dinheiro não se sabe bem de onde veio, a PJ arquivou o processo. Um facto estranhíssimo é que os valores transaccionados nas contas bancárias da família foram sempre bastante superiores aos rendimentos declarados.
O CM, que teve acesso ao processo, relata vários sinais de riqueza da família, onde os filhos também desempenham o seu papel. Carros de alta cilindrada, moradias de luxo e negócios suspeitos: o filho comprou um café no centro histórico por 400 mil euros, e a filha, pouco tempo depois de terminar o curso, adquiriu uma farmácia no valor de 450 mil euros. Além de vários cheques de milhares de euros de empresários da construção civil de Braga, como Domingos Névoa, endereçados à família.
Apesar dos indícios, a PJ não encontrou provas de conduta ilícita de Mesquita Machado. Os bracarenses atentos certamente conhecerão muitas histórias como estas relatadas pelo CM, e certamente pelo país fora, haverá outros exemplos semelhantes. O poder autárquico é uma selva!
Não deveriam ser criados mecanismos de controlo sobre quem amealha fortunas usufruindo de cargos públicos? Evidenciando um político sinais de riqueza incompatíveis com o seu salário, não deveria ser ele obrigado a provar de onde veio o dinheiro?