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O pacote do Cravinho

por E, em 31.01.07

Henrique, meu caro, sabes porventura qual é a medida mais relevante do famoso pacote do Cravinho? Pois bem, é presunção de enriquecimento ilícito de todos aqueles que apresentem sinais exteriores de riqueza. Uma inversão do ónus da prova inaceitável a quem defende a rule of law. Vingue o pacote Cravinho, e teremos todos que demonstrar publicamente, sob pena de condenação, por que razão não nos limitamos a viver uma vida modesta e despojada.

 

Acho muito bem que se reforcem os mecanismos policiais e jurídicos de combate à corrupção. Mas pela via decente. Da investigação e da prova, com o ónus a recair sobre quem investiga, de que alguém corrompeu ou se deixou corromper. Passarmos a ser todos presumíveis culpados porque o Estado não tem capacidade para investigar é que nem pensar. Não é por acaso que o BE vai recuperar esta proposta.

 

Admito – porque não conheço a fundo – que o pacote Cravinho tenha medidas aproveitáveis. Mas esta, que acabou por ser a mais notada, é má. E não é pelo facto de poder servir de arma de arremesso contra um governo PS que passa a ser boa.

 

P.S.: quanto ao referendo, pergunto-me como é que alguém que o acha tão supérfluo e marginal passa os dias a escrever sobre o assunto. Mas isso sou eu, que cada vez percebo menos do que quer que seja.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De pedro oliveira a 31.01.2007 às 15:49

«Vingue o pacote Cravinho, e teremos todos que demonstrar publicamente, sob pena de condenação, por que razão não nos limitamos a viver uma vida modesta e despojada»

Quem não deve, não teme, meu amigo... quanto à demonstração pública não é o que fazemos quando preenchemos a declaração de IRS?

«Mas isso sou eu, que cada vez percebo menos do que quer que seja»

Começo a estar farto de contribuir para o peditório das falsas modéstias.
Bastou-me ontem o Sr. . Mário Soares a insinuar que Pedro Mexia era de extrema-direita (porque farto do ouvir falar de ética republicana e tal lhe perguntou se quando usou a vida privada de Sá Carneiro em campanha, também, foi por uma questão ética) .
Todos nós somos nós e as nossas circunstâncias (os nossos pais, o nosso meio) só assumindo-o podemos ser nós em toda a plenitude... falsas modéstias, não (olha de repente sou a favor do não, o meu é revolucionário... há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz: não.)

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