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De que tamanho é a tua unanimidade?

por Rodrigo Moita de Deus, em 04.02.07

"(...) nem a ciência consegue estabelecer, com o mínimo de unanimidade, quando é que o embrião passa a ser uma pessoa"

Zé Diogo Quintela no Sim no Referendo

 

O Zé Diogo considera que ele há o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade. É quase unânime que o mínimo de unanimidade está a uma distância mínima do máximo de unamidade. Porém entre o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade está uma média unânime insuficiente para satisfazer o Zé Diogo. Mas atenção. Não é unânime que a unanimidade tenha tamanho.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Anónimo a 05.02.2007 às 18:45

Zé,

Nunca te imaginei pessoa de consensos, mas venha daí a emenda (sou um perdulário) que era ao consenso que eu queria mesmo chegar.

“Os especialistas não chegam a um consenso sobre quando essa vida humana começa”. O teu ponto de vista é pelo menos consensual junto da Lídia Jorge. Há coisa, mas não é bem vida. Há vida, mas não bem é humana. Bate leve, levemente e fui ver: era a coisa humana.

Meu querido Zé Diogo é, no mínimo, louvável a tua coragem. A discussão sobre o princípio da vida acabou há vinte anos. Tu próprio o admites quando falas em “mínimo de consenso” em vez de “polémica” ou “discórdia”. Já nem a afoita Odete Santos ousa trazer essa lança encarvoada para a justa.

É claro que existem certezas sobre o princípio da vida. Onde existem dúvidas é no tipo de direitos que estamos dispostos a reconhecer a essa vida.

Mas nesse aspecto referes que “em questões como esta do aborto, há um mínimo olímpico de consenso para se poder legislar.” Pois. O consenso outra vez. Pessoalmente tenho medo do argumento do consenso. É pau de dois bicos. Repara nisto: E no entanto, ao votar SIM, autorizas a liberalização do aborto sem que esse exista o mínimo de consenso sobre a não existência de vida.
Vês? Terias ficado melhor servido com a unanimidade.

E não existindo consenso? Em caso de dúvida? Como é? “Acho que é uma decisão individual” dizes tu. “em caso de dúvida é melhor dar protecção plena" digo eu "não vá o diabo tecê-las e estar lá mesmo uma pessoa".

É que não existindo consenso, para legislar só temos o bom senso.

Abraços amigos

RMD
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De Rodrigo Moita de Deus a 05.02.2007 às 18:51

Por lapso não assinei o comentário acima.
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De O Catraio a 11.02.2007 às 16:28

É chocante como, por vezes, o consenso e o bom senso andam de mãos dadas. A nossa sociedade está longe de primar pelo bom senso mas é minimamente capaz de optar entre liberalizar ou não o aborto. É por isso que há adultos. E para isso.

Contudo, torna-se um descalabro notar que, em Portugal, o Uso/Costume é fonte mediata de Direito. Tendo eu estudado ao de leve o tema, julgo que se as pessoas praticarem o aborto de uma forma generalizada durante alguns anos (julgo que seis), pode ser considerado como prática recorrente e, como tal, permite-se essa prática. Eu nunca chamaria nomes a uma praticante de aborto, não questiono a necessidade de abortar mas nunca responderia "Sim" neste referendo. É o meu bom senso. Não é consensual porque os meus argumentos padecem de legislação pelo Rodrigo mas vale o que vale.

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