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Entrei para este referendo como Alvy Singer «Right, I'm a bigot, I know, but for the left». Bom, mais ou menos como Alvy Singer. Porém, digo-vos que neste momento paira sobre o meu voto uma inarredável nuvem de dúvidas - nem por acaso - existenciais. Começo a duvidar de tudo à medida que digo para mim o belo poema de Jorge Sousa Braga. É verdade meus amigos, começo a periclitar perante a solidez dos argumentos do Não e, sobretudo, perante a impressividade das ecografias devidamente ilustradas («o que estamos a ver agora são os olhos da criança») que o CDS no seu tempo de antena e o Blogue do Não (quase) diariamente nos fazem chegar a casa.
Mais, acho louvável a tolerância demonstrada e o distanciamento dos «moderados» do Não do extremismo militante de um escroque radical chamado César das Neves. A lei de 84 é efectivamente uma lei equilibrada e ponderada que devemos aceitar.
Por isso, e na linha da comovedora defesa da Vida protagonizada pelo Não neste referendo, peço encarecidamente aos caminhantes/passantes/festivaleiros/peregrinos/defensores da Vida que me mostrem uma ecografia de um feto gerado a partir de uma violação ou de um feto com Trissomia 21 e me provem que ali não há Vida nem uma Criança nem um coração-que-bate nem um ser humano único e irrepetível. Afinal, e contra as minhas melhores previsões, parece que é o começo da vida que está em debate neste referendo.