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César das Neves, esse extremista

por Tiago Geraldo, em 04.02.07

Entrei para este referendo como Alvy Singer «Right, I'm a bigot, I know, but for the left». Bom, mais ou menos como Alvy Singer. Porém, digo-vos que neste momento paira sobre o meu voto uma inarredável nuvem de dúvidas - nem por acaso - existenciais. Começo a duvidar de tudo à medida que digo para mim o belo poema de Jorge Sousa Braga. É verdade meus amigos, começo a periclitar perante a solidez dos argumentos do Não e, sobretudo, perante a impressividade das ecografias devidamente ilustradas («o que estamos a ver agora são os olhos da criança») que o CDS no seu tempo de antena e o Blogue do Não (quase) diariamente nos fazem chegar a casa.

Mais, acho louvável a tolerância demonstrada e o distanciamento dos «moderados» do Não do extremismo militante de um escroque radical chamado César das Neves. A lei de 84 é efectivamente uma lei equilibrada e ponderada que devemos aceitar. 

Por isso, e na linha da comovedora defesa da Vida protagonizada pelo Não neste referendo, peço encarecidamente aos caminhantes/passantes/festivaleiros/peregrinos/defensores da Vida que me mostrem uma ecografia de um feto gerado a partir de uma violação ou de um feto com Trissomia 21 e me provem que ali não há Vida nem uma Criança nem um coração-que-bate nem um ser humano único e irrepetível. Afinal, e contra as minhas melhores previsões, parece que é o começo da vida que está em debate neste referendo.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Paulo Pinto Mascarenhas a 04.02.2007 às 20:02

Obrigado, Tiago, pela substituição da capa.

abraço
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De Anónimo a 04.02.2007 às 22:40

ooooooops! já te lixaste, tiago! o torquemada - sempre sem censuras! - já te deu um puxão de orelhas por teres atirado lá para baixo a publicidade à revista. por acaso - só mesmo por acaso! - o post por causa do qual levaste nas orelhas manifesta uma opinião que o ppm não partilha. coincidências!
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De Tiago Geraldo a 04.02.2007 às 23:23

caro anónimo,
O Paulo referia-se à imagem da revista na coluna da direita. As discordâncias são públicas e reconhecidas, mas não vale a pena exagerar.
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De David Ramos Martins a 05.02.2007 às 06:46

Caro Tiago,

A lei de 84 identifica o aborto como crime. Os casos especiais também o são, o que o legislador entendeu é que nesses (4) casos, o crime, não deveria estar associado a uma pena, por motivos obvios. A vida é vida em qualquer circusnstancia e tem o mesmo valor. Já o motivo do crime não é todo igual.
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De Tiago Geraldo a 05.02.2007 às 19:34

Essa coisa absolutamente ridícula que algumas cabecinhas em pleno delírio inventaram («crime sem pena») é, obviamente, uma fantochada.
As excepções previstas no art. 142.º são excepções ao crime de aborto. Um aborto praticado nessas condições não é penalizado porque não é crime.

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