Não duvido que com a visibilidade que tem tenha de aturar muita coisa, nomeadamente encaixar críticas que não o são e que não passam de insultos. Nisso caro PPM dou-lhe razão.
Mas nisto dos Gato julgo que pega a coisa pelo lado que não é "pegável" que é a liberdade do artista. Pode muito bem não gostar e questionar a qualidade do humor que fazem (eu por exemplo para pasmo de alguns amigos não os acho nada de extraordinário) mas não pode exigir que eles façam humor sobre o tal "outro lado". A responsabilidade de não haver humor sobre o outro lado não é deles, nem tem de ser. Só isto.
Lipemarujo, engana-se. Nunca me viu por em causa a liberdade de seja quem for. Agora, dê-me também a liberdade de poder criticar a unilateralidade da piada, mesmo que não concorde. Sabe, o problema é que estamos em campanha e a piada fica agarrada a um dos lados. Thats a fact.
De Anónimo a 05.02.2007 às 19:56
"Nunca me viu por em causa a liberdade de seja quem for."
Mas eu já vi. Curiosamente, dos mesmos:
"o humorista também não devia ter aspirações políticas", escreveu o PPM num episódio tão triste quanto célebre.
A liberdade seja de quem for foi posta em causa aqui: http://oacidental.blogspot.com/2005/01/o-bloco-fedorento.html
Só para lembrar que a sanha censória não é de agora.
O episódio foi triste para si, anónimo. Não me arrependo nada de ter escrito o que escrevi - e mais uma vez confunde direito à crítica com "sanha censória". Nunca pedi qualquer censura para quem quer que seja, mas era só o que faltava aceitar que fosse eu o alvo dessa mesma censura. Ninguém está acima da crítica, nem os fantásticos Gato, ou será que estão? Não confunda as coisas, sff.
De Anónimo a 06.02.2007 às 00:07
É estranho que o PPM não se arrependa de escrever coisas formuladas de forma infeliz. Ele próprio concordou com "a infeliz formulação do meu aspirativo poste." (http://oacidental.blogspot.com/2005/01/t-mal.html)
Pelos vistos, o caso foi triste para mim e infeliz para o PPM. Semânticas...
O que já não é do domínio da semântica é a sanha censória. Discordar da posição política de outros é uma crítica. Dizer que "não devem ter aspirações políticas", é sanha censória. Que outro nome se dá a quem defende isso? Democrata?...
De Anónimo a 06.02.2007 às 00:07
É estranho que o PPM não se arrependa de escrever coisas formuladas de forma infeliz. Ele próprio concordou com "a infeliz formulação do meu aspirativo poste." (http://oacidental.blogspot.com/2005/01/t-mal.html)
Pelos vistos, o caso foi triste para mim e infeliz para o PPM. Semânticas...
O que já não é do domínio da semântica é a sanha censória. Discordar da posição política de outros é uma crítica. Dizer que "não devem ter aspirações políticas", é sanha censória. Que outro nome se dá a quem defende isso? Democrata?...
De Anónimo a 06.02.2007 às 00:08
É estranho que o PPM não se arrependa de escrever coisas formuladas de forma infeliz. Ele próprio concordou com "a infeliz formulação do meu aspirativo poste." (http://oacidental.blogspot.com/2005/01/t-mal.html)
Pelos vistos, o caso foi triste para mim e infeliz para o PPM. Semânticas...
O que já não é do domínio da semântica é a sanha censória. Discordar da posição política de outros é uma crítica. Dizer que "não devem ter aspirações políticas", é sanha censória. Que outro nome se dá a quem defende isso? Democrata?...
O episódio foi triste para si, anónimo. Não me arrependo nada de ter escrito o que escrevi - e mais uma vez confunde direito à crítica com "sanha censória". Nunca pedi qualquer censura para quem quer que seja, mas era só o que faltava aceitar que fosse eu o alvo dessa mesma censura. Ninguém está acima da crítica, nem os fantásticos Gato, ou será que estão? Não confunda as coisas, sff.
Vamos lá ver se eu consigo ser claro. É evidente que pode criticar a piada por estar conotada com um dos lados. Aliás pode criticar as obras de Saramago por serem politicamente tendenciosas, ou Sartre etc etc. O porblema náo é esse. O problema é criticá-los por não fazerem humor "ao outro lado", e isso foi o que o PPM criticou num post anterior e parecia quer voltar à mesma tecla com este.
Volto a repetir-he, a responsabilidade de fazer humor "ao outro lado" não é nem tem que ser dos Gato. Aliás, não tem de ser de ninguém, isto de fazer humor faz quem muito bem etende.
Lipe, eu não critiquei por não fazerem humor do outro lado. O que eu disse é que poderiam ter imensa graça se o fizessem - e demonstrariam assim que as suas piadas não estão ao serviço de um dos lados. Mas eles têm todo o direito a só fazerem piadas a um dos lados. E eu tenho todo o direito a identificar uma conotação político-partidária, sobretudo quando estamos numa campanha.
De anonimo a 06.02.2007 às 17:13
Mas andam todos loucos? Isto é uma questão de bom senso. Nenhum humorista saudável e inteligente faz piadas a gozar com um lado em plena campanha eleitoral, sobretudo quando está associado, e é militante activo do lado contrário. Isso não é humor. E mais grave ainda é que o faça a coberto de um programa de humor, no serviço público - na prática, revela-se como tempo de antena promovido por dois partidários do Sim.
A alternativa, para quem tem bom senso, era ridicularizar aspectos particulares das campanhas, ou optar por escárnio manifesto - nos EUA, o escárnio não fica sujeito a quaisquer limites precisamente porque se percebe, de forma clara, que o objecto do escárnio não é real.
O que o RAP e ZDQ fizeram foi simplesmente ridicularizar argumentos do não, encapatodamente num skecth que visava gozar com uma personagem pública, e num programa humorístico pago pelo erário público. Não se pedia isenção; pedia-se que não contribuissem, enquanto humoristas - o que fazem como militantes do sim é com eles -, para o tempo de antena.
O problema é que os visados sabem distinguir isto. E por isso vão reagir de todas as formas possíveis. Fizeram anseira, e faltou-lhes coluna: essa coluna decide quem tem, ou não tem, creibilidade. Herman, com todos os defeitos, sempre a manteve.