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Quem colocou a reabilitação das zonas urbanas históricas e consolidadas de Lisboa na agenda política foi Santana Lopes, durante a sua campanha autárquica de 2001. Até aí, a coligação PS-CDU no poder tinha-se concentrado essencialmente em políticas de habitação orientadas para o realojamento em bairros sociais construídos de raiz.
Com os executivos do PSD em Lisboa, foram feitas intervenções de fundo em zonas históricas e de urbanização consolidada da cidade de Lisboa, nomeadamente condicionamento do tráfego no Bairro Alto, Alfama e Bica, reabilitação da Rua da Madalena, reabilitação da Rua de São Bento, inúmeras obras coercivas. Também nesse período, a reabilitação do edificado por iniciativa privada aumentou muito significativamente.
No período entre 2002 e 2007, o aumento do endividamento a fornecedores deveu-se à conjugação de aparecimento de dívidas não registadas em mandatos anteriores (Simtejo, ParqueExpo, Praça da Figueira) e à limitação legal do endividamento bancário das autarquias. Mas a situação patrimonial da Câmara Municipal de Lisboa permaneceu saudável, na medida em que as despesas da Câmara Municipal de Lisboa subiram abaixo da taxa de inflação, e foram sempre inferiores à receita.
António Costa prometeu rigor quando se candidatou à CML, mas o mega-empréstimo de 400 milhões que pediu para consolidar as dívidas a fornecedores foi chumbado pelo Tribunal de Contas por manifesta violação dos preceitos da Lei das Finanças Locais que o próprio António Costa elaborou enquanto Ministro da Administração Interna. Após este revés auto-infligido, a CML foi obrigada a recorrer ao factoring para refinanciar a dívida de curto prazo.
Aquando da discussão do mega-empréstimo, o PSD apresentou uma solução alternativa de refinanciamento da dívida de curto prazo, que passava por um empréstimo menor (140 milhões de euros) e a criação de um Fundo de Investimento Imobiliário participado pela CML e pelos seus maiores credores na área da construção civil, promovendo simultaneamente a reabilitação de património devoluto da CML e a diminuição da dívida. António Costa rejeitou essa solução.
Tirando umas placas a propagandear a aprovação de projectos (!) António Costa nada fez na CML em matéria de reabilitação urbana. Tirando a venda de dívida à banca, António Costa nada fez na CML em matéria de consolidação e diminuição do passivo. Agora, a seis meses de eleições quer reabilitar a sua fachada de autarca com um programa de reabilitação que endivida a CML em mais 120 milhões. Nunca se ouviu falar de campanha eleitoral tão cara.