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O crime compensa

por Manuel Castelo-Branco, em 23.04.09

 

 

Otelo Saraiva de Carvalho foi o líder operacional das FP-25 de Abril. Este facto foi julgado e provado em tribunal. Entre os crimes de que foi  acusado, estavam o assassinato de 17 pessoas, de uma forma fria, brutal e cobarde. Apesar disso, Otelo foi promovido a Coronel por despacho conjunto do Ministro da Defesa e das Finanças.
Entre as vitimas, estava o meu Pai, Gaspar Castelo-Branco, Director Geral dos Serviços Prisionais, assasinado a sangue frio, de forma cobarde, com dois tiros na nuca. Apesar da sua coragem e sentido de dever, Gaspar Castelo-Branco, foi ostensivamente esquecido pelo poder vigente. No ano da sua morte, foi proposto para uma condecoração, recusada por Mário Soares.
Hoje, Otelo é promovido a Coronel, com uma indemnização superior aquela que receberam as famílias das vítimas que assassinou. Não vale a pena expressar ainda mais a minha vergonha, revolta e incompreensão. Este Ministro que o promoveu, não tem memória nem vergonha, não merece o meu respeito nem dos Portugueses.

 

 

PS 

Gaspar Castelo-Branco não foi assassinado por se opor ou discordar das FP-25 Abril, mas porque no exercício da sua função, ao serviço do Estado, cumpriu o seu dever, acatou ordens com coragem e sentido de dever. Era o homem certo no lugar errado e por isso foi morto.  Foi o mais alto funcionário do estado a ser vitima dos terroristas das FP-25 de Abril.
 


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Geraldo Sem Pavor a 23.04.2009 às 15:24

Caro Miguel

Desconhecia este facto triste da tua vida. Tens a minha solidariedade e apreço pela tua família.

Quanto ao verme Otelo que a terra um dia lhe seja muito pesada.
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De a 23.04.2009 às 15:45

Compreendo a sua revolta e estou solidária na sua repulsa. Quando se dão medalhas a assassinos é mais de meio caminho andado para promover o crime.
É o espelho deste país, um sitio cada vez mais mal frequentado.
Beijinhos
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De antonio a 23.04.2009 às 15:48

É uma vergonha, mas o q é q se pode fazer ? Os impostos são-nos impostos.
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De José Miguel Pereira a 23.04.2009 às 15:59

Miguel, tem toda a minha solidariedade!
Apesar de novo, bem conheço pela boca de familiares meus, muitas das sacanices que esse e outros andaram a fazer, e a maneira como ficaram completamente impunes!
O importante hoje é contar as histórias! Para que não esqueçamos nunca! Eles bem podem deitar-nos areia para os olhos, mas não passarão!

Faz-me lembrar como o estado Russo mantém impunes como heróis da antiga união sovietica, os barbaros responsaveis pelos sucessivos genocidios por essa Europa fora!

Hoje sinto-me envergonhado de ser portugues!
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De Maria a 23.04.2009 às 16:13

Manuel Castelo-Branco a minha solidariedade e a minha indignação pela total falta de vergonha de quem nos governa.
Miguel, ao contrário do que lhe devem ter contado, o 25 de Abril não foi feito para o povo. O levantamento de alguns profissionais de guerra tinha como única finalidade reivindicar privilégios perdidos nas suas missões no ultramar para onde iam para matavam “terroristas”.
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De Filipe a 23.04.2009 às 16:50

Não há palavras que expliquem esta pouca vergonha. Chega mesmo a meter nojo...
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De Professor a 23.04.2009 às 16:57

É de facto lamentável e vergonhoso, o que sucede neste País. No meu País!
Apesar de ainda novo na altura, recordo-me perfeitamente do assassinato (é assim que se designa) por ter sido nas vésperas de uma eleição presidencial, e por ter uma pessoa amiga a viver na mesma morada. Recordo-me também de ouvir o Sr. meu Pai em casa falar do tema, referindo que uma figura de estado liquidada brutal e friamente à porta de sua casa, não teve no seu funeral qualquer representante do Estado pelo qual desempenhou nobremente funções, nem tão pouco superiores hierárquicos, o que pode desde logo indiciar o comprometimento e fraqueza de um Estado, sobre acções terroristas e quem as realiza...Lembro-me de ouvir a sua habitual frase e que tantas vezes utiliza..."É o País e democracia que temos!".
Por outro lado, a outra face da moeda, é o reconhecimento triste que esse mesmo Estado confere a um terrorista à data de hoje, que vem complementar um indulto da Assembleia da República em 95 (peço desculpa se me enganei na data...) a uma associação terrorista, da qual este hoje Coronel, era líder opercional...É verdade, infelizmente no meu País, o crime compensa!
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De Lourenço de Almeida a 23.04.2009 às 17:02

Lamento profundamente que o Otelo não tenha sido responsabilizado pelas pessoas que assassinou, na pressecussão de um projecto de poder pessoal, sem qualquer justificação moral ou ética. É um inútil e um oportunista cujo contributo tornou o Mundo num lugar pior e durante mais tempo. Ainda por cima, vive à nossa conta! Reconheço-lhe, e ao seu testemunho de vida, o único mérito - como o têm outros assassinos da história da humanidade ou os mafiosos de favela - de nos questionar como cristãos e à nossa fé quanto ao valor intrísico da Vida humana, seja de quem for. Questiona sobretudo a nossa crença em que TODOS os homens são feitos à Imagem e Semelhança de Deus. Perante casos extremos e tão revoltantes como este, é mais fácil perdoarmos àqueles que nos ofendem no dia a dia, sejam eles corruptos no aparelho de Estado, ladrões, viragistas ou simples grunhos que nem percebem o que fazem.
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De maria joão nunes a 23.04.2009 às 17:03

Não tenho sequer palavras. Sou filha de um militar, dauqeles militares que eram mesmo a sério, com o sentido do dever, e custa-me muito saber que neste momento este senhor tem o mesmo posto que o do meu pai quando se reformou.
Quanto ao assassinato do seu pai é mais uma página de vergonha deste país e de quem o governa. Onde estão agora as pessoas que passam a vida a ser solidárias com alguma coisa? Ou que reclamaram com a promoção de Jaime Neves?
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De Helena a 23.04.2009 às 17:03

Compreendo a sua indignação. O que é que este senhor faz, no passado já sabemos que assassinou pessoas, para merecer esta condecoração e louvor? A que propósito é que vai ganhar quase 50 mil euros por mês? Não há respeito nem vergonha, para com aqueles que ficaram órfãos, viúvas, mães e pais sem filhos. Fico triste e desiludida com isto.
Um abraço,
Helena

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