Tiago, amigo, o que eu tenho dito, desde o princípio e sem interrupção, é mais ou menos isto:
1 - Quem quer evitar a liberalização, tem que votar Não (prometo, depois de dia 11, nunca mais escrever esta palavar até ao próximo referendo. Seja ele sobre o que for).
2- Dentro dos que querem evitar a liberalização - e que portanto votam Não - há (a) os que defendem uma penalização nos moldes actuais (o meu caso) e (b) os que admitem retirar a pena de prisão (os Assim Não ou Srs. X).
3- Perante uma pergunta que são duas, a vitória do Sim obriga à despenalização e à liberalização (aborto a pedido até às dez semanas).
4- Já a vitória do Não, impede a liberalização mas não inviabiliza uma despenalização (sempre parcial, como é óbvio) no sentido que as pessoas dão ao termo: de redução ou abolição da pena de prisão.
5- E é por aquilo que os une - a rejeição do aborto livre até ás 10 - ser bastante mais importante que aquilo que os separa - as penas - que os Nãos e os Assim Nãos devem manter-se juntos.
6- De resto, se o Não ganhar e um qualquer senhor X propuser a redução das penas ou o aumento das excepções, veremos o que diz o Oliveira e a sua trupe. Que é inconstitucional? Naaah...
lavagem de mãos e outras medidas profiláticas
De Anónimo a 06.02.2007 às 23:08
Realmente o ponto 4º da argumentação não faz para mim nenhum sentido. A vencer o Não, a prática do aborto continuará a ser penalizada, pelo menos formalmente, na lei penal. A questão de se despenalizar "por outra via" afigura-se-me como hipócrita.
Ou é ou não é!
Vão-se suspender todos os processos em que haja "crime" invadindo ainda mais os tribunais? Se não há punição para que serve a lei? para prevenção geral não é já que sabemos que podemos fazer e não ser punidos. Para prevenção especial também não porque o agente não é punido pelo acto.
Despenalize-se. A questão da liberalização é dilatória.