por Henrique Burnay, em 08.02.07
A “Samanta” , diz o seguinte,
num comentário a um post do Rodrigo:
“Percebo a sua posição quando fala que muitas "meninas" são obrigadas a fazerem o aborto pelos companheiros,mas só ia perceber a posição do sim se fosse mulher.
Tenho 20 anos,gosto da minha rotina,das minhas jantaradas com amigos,das minhas noitadas...se eu agora ficasse grávida tenho a certeza que,mais tarde,iria descontar a minha frustração de ter que começar a minha vida "a sério" com 20 anos,enquanto os meus amigos continuam com as jantaradas,as noitadas,as festas,os cafézinhos até às tantas....numa criança!!Criança essa que iria ficar profundamente traumatizada.Mas não pense que não gosto de crianças,muito pelo contrário,adoro crianças!Creio que concorda comigo quando digo que as crianças devem ser criadas com muito amor e carinho,para poderem ser bons adultos e transformarem a nossa sociedade de forma a que seja um pouco mais civilizada.E é esse tipo de educação que quero dar ao meu filho.E para educá-lo de forma correcta tenho que amá-lo mais que tudo.E querê-lo.E neste momento não quero nenhum.
Se o sim ganhar,só aborta quem quiser,se o não ganhar,podia ver o meu futuro perfeito desmoronar-se por causa de uma criança.
Pense um pouco nisto.”
Eu tenho o maior respeito pela Samanta, pelas jantaradas da Samanta, pelas noitadas da Samanta. Só não me peçam que alinhe no coro “as mulheres – lálálá – nunca abortam – lálálá - sem uma boa razão. A tese de que a condição feminina ou maternal impede de cometer erros (a escolha da palavra é propositada) é uma tese extravagante. Humanamente extravagante.