por Jacinto Bettencourt, em 09.02.07
Os gregos pré-socráticos definiam verdade como aletheia, o que se revela, o que se dá ao descoberto. A verdade não é um conceito metafísico, mas, primordialmente, uma postura, um estar curioso, perante o que nos rodeia.
Tristes dos que reduzem essa postura a uma ideologia; que invocam uma religião constituída para fundamentar o espanto; que não vêem o mundo para além de factos morais. E tristes dos que não compreendem para além dos conceitos, da articulação, da dedução, da coerência axiomática, que se socorrem de delegações, aberturas neutras, sem se aperceberem que, de uma forma particular, porém cobarde, actuam.
Tristes digam eles «não» mas sobretudo digam eles «sim». Os primeiros sempre preservam o que os segundos, na sua (aparente) humilde demissão, destroem.