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Enquanto esta globalização não se desembrulha e a crise monetária internacional à séria só virá até nós lá pró Outono, nada melhor do que começar por falar de um assunto que preocupa mais de duas dezenas de pedintes desta aldeia global – todos aqueles que têm a infelicidade de morar, como eu, na Travessa do Monte do Carmo, junto ao jardim do Príncipe Real em Lisboa.
A dita Travessa foi recentemente objecto de obras da EMEL. Foram assim todos os passeios “empalitados”, mesmo os do lado direito onde até se pode estacionar – talvez, quem sabe, para que a indústria de reparação de portas de automóvel possa também tentar recuperar da crise.
Mas… será que a Travessa do Monte do Carmo foi toda “empalitada”? Não! Entre a Rua do Monte Olivete e a Eng. Miguel Pais, o passeio da direita da nossa Travessa está pomposamente reservado para “Ministérios” (diz a tabuleta). E no passeio do lado esquerdo vale tudo em matéria de estacionamento automóvel, – desde que no tablier do carro esteja uma folha A4 com o símbolo da “Segurança Social” (existe uma repartição da dita na rua Miguel Pais, mas cá na Travessa ainda não percebemos muito bem para que serve).
Queixas à PSP e Polícia Municipal de que está um carro a impedir que eu entre em casa? Vitória dos lucros da PT! Por favor importam-se de rebocar um carro abandonado? Nem pensar, os nossos parques estão todos cheios! Há anos que desistimos.
Mas invariavelmente, se calhar por sinais misteriosos, aparecem todos os dias e em cima da hora como que em serviço combinado da CP (até mesmo antes das nove da manhã!) a PSP do Largo do Rato, ou a Polícia Municipal, ou a EMEL para multar toda a gente, pagamento por Multibanco em carrinha e tudo. Excepto claro, em relação ao estacionamento “reservado” à dita bandalheira que se passa “nos passeios da Segurança Social”.
“Senhor Guarda, porque razão estou a ser multado por ter distraidamente deixado ficar um quarto de pneu em cima do passeio e não multa aqueles carros todos que estão ali com duas rodas em cima do passeio encostados aos prédios?” – “Isso não sei, fale com os meus Chefes que eles é que sabem!” – responde o zeloso agente da Lei com um sorriso.
Quem serão então os “Chefes” que permitem o estacionamento de carros particulares onde só deviam estacionar viaturas do Estado, ou no lado oposto, mesmo em frente, à balda, em cima do passeio?
Será mais um caso de solidariedade “sucialista”, ou muito simplesmente um “Chefe” que tem um familiar ou namorada que precisa de estacionar o pópó à porta do emprego?
Luís Coimbra