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Meu caro Pedro,
Eu não fiz o retrato de uma geração. Eu falei da natureza humana, que, na minha humilde opinião de céptico, é muito menos dada à liberdade e à responsabilidade do que ao conforto da vidinha corrente. E, obviamente, é muito mais confortável votar ao lado do que é reconhecido como a maioria urbana, moderna e "correcta" do que levantar ondas nos salões da praxe com desvios ao espírito do tempo. Por isso, eu não depositaria grandes esperanças no dealbar de uma qualquer era liberal, com Hayek estudado em todas as universidades, a "juventude" a clamar pelo fim das restrições à liberdade de iniciativa e multidões desvairadas a incendiarem serviços de finanças.
Aliás, para flagrante ilustração das minhas dúvidas, tens que o primeiro a saudar o fim do "costume de poucos se acharem no direito de ter alguma coisa a dizer sobre a forma como os demais vivem" foi o Daniel Oliveira, esse conhecido nozickiano.