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[Escolhas] sectárias? Et pour cause

por Carlos do Carmo Carapinha, em 06.08.09

Declaração de interesse: tenho mais respeito por Kim Jong-Il do que por Pedro Passos Coelho. Aquele é um pequeno ser humano amarelo – not my cup of tea no que respeita a cores mas, segundo dizem, os gostos não se discutem – que, com notável convicção e relativa coerência, sabe o que quer e denota uma noção muita clara do seu lugar no mundo (ainda recentemente recebeu a visita do Sr. Clinton, que lhe entregou um bilhetinho de Obama onde se podia ler “You tiny little piece of shit: either you release the journalists or you will finaly taste the luxurious flavour of your own plutonium”, ao que ele voltou a compreender na perfeição qual é a sua posição no mundo). Este – Passos Coelho – pensa saber o que quer para o país (na realidade não sabe, nem nunca ousou anunciar o que quer que fosse de relevante ou mais ou menos coerente para além do pauperismo inerente a meia dúzia de banalidades «liberais» apreendidas nas universidades de Verão, ao longo de anos de militância como jotinha) e tem uma noção de si próprio tão desajustada e divertida (é divertida aquela pose de diplomata com voz de James-Mason-da-linha) como a de Manuel Monteiro quando anunciava a refundação do sistema democrático com o projecto da Nova Democracia.

 

No meio das manifestações enfáticas, de indignação e quase revolta ou desmaio, em relação às escolhas de Manuela Ferreira Leite, espantam-me, ou melhor, despertam-me uma certa curiosidade (já nada me espanta, hoje em dia) as do pessoal próximo do PSD (por militância, simpatia ou proximidade ideológica). As reacções da esquerda são mais ou menos previsíveis. Entre o clamor ruborizado e robespierriano de Francisco Louçã (os ricos, meu Deus, os ricos!) e a reacção intelectualmente honesta dos justos e progressistas SIMplexos, nada de novo.

 

Envergando a camisola amarela do pelotão das reacções «menos positivas», encontra-se a reacção face à exclusão de Pedro Passos Coelho, seguida do putativo regresso dos cavaquistas (as supostas «velhas carcaças», portanto).

 

Quanto ao tenebroso regresso dos cavaquistas, Manuela Ferreira Leite enveredou pela escolha de gente que conhece e que, sejamos minimamente honestos, não envergonha ninguém do ponto de vista «técnico».

 

Em relação a Pedro Passos Coelho, desculpar-me-ão a franqueza mas há uma pergunta que se impõe: estavam à espera do quê? Desde que Manuela Ferreira Leite ganhou as eleições no PSD, houve dois destacados antagonistas que, durante meses, pavonearam o seu mal disfarçado incómodo perante o resultado das mesmas - a tal ponto que transformaram Pedro Santana Lopes num aristocrata, tamanha foi a discrição e a elegância do seu poder de encaixe. Um, bem mais bárbaro ou, se quiserem, directo/brutal/primário: Luis Filipe Menezes. Outro, bem mais fino ou, se quiserem, subtil/elegante/suave: Pedro Passos Coelho. O emudecimento de Luis Filipe Menezes (pelo menos para já) quanto às escolhas de Manuela Ferreira Leite, revela uma réstia de pudor. Já Pedro Passos Coelho, achou por bem voltar à fase das «opiniões» e, dentro do estilo estou-aqui-estou-me-a-passar-mas-não-consigo-porque-sou-um-pouco-plástico, decidiu opinar sobre si próprio e a sua não escolha (em sim mesmo um portento de desinteresse e humildade). Esperaria o quê? Que Manuela Ferreira Leite o colocasse no Parlamento? Que eu saiba, os compromissos e as alianças de natureza política fazem-se com base em critérios de confiança, cumplicidade e lealdade orgânica. Pedro Passos Coelho ficou de fora? Ficou e, do ponto de vista de um líder partidário, bem. Com esta atitude Manuela Ferreira Leite demonstrou coragem (era bem mais simples «passar-lhe a mão pelo pêlo» a troco de uma paz podre) e, acima de tudo, demonstrou que não é hipócrita. Teria sido imprudente caso o preterido fosse uma sumidade com créditos firmados, dono de uma «estrutura» intelectual inestimável. Parece-me não ser o caso.

 

Por último, uma palavra sobre a suposta «renovação adiada». Agradecia que me dessem exemplos de casos concretos de «renovação» nos dois partidos do poder (PS e PSD), no pós-25 de Abril, em sede de listas eleitorais, para além de meia dúzia de «novas» caras que vão surgindo aqui e ali. Atenção: não confundir listas com elencos governativos. E se me apresentarem exemplos, expliquem-me, depois, onde e quando se manifestou essa «renovação». Obrigado.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Manuel Ferreira a 06.08.2009 às 22:22

O Luis Filipe Meneses está calado? Posi está, O filho foi para 8º da lista do Porto!! Uma vergonha!!
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De António Fiúza a 07.08.2009 às 09:22

Não teve coragem de afrontar o dono do Porto. Deve ser muito poderoso.

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