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Listas e mais listas

por Manuel Castelo-Branco, em 07.08.09

Independente dos reconhecidos méritos pessoais e políticos, relativamente consensuais, existe um passado pessoal e politico que não pode ser indiferente.  Maria José Nogueira Pinto (MJNP) desvinculou-se do CDS por sua livre iniciativa e vontade. Totalmente legitimo e natural. Assim sendo, a sua escolha não pode ser considerada um acto hostil para um eventual parceiro da coligação. Mal estaríamos, se o futuro de uma coligação estivesse dependente da escolha de uma cidadã livre e independente.

 

 MJNP é uma pessoa com um passado de direita claro, que nunca renegou e não me parece que o vá fazer agora. Ter MJNP nas suas listas não é criar pontes com a esquerda, não é namorar o eleitorado do PS, mas antes piscar o olho à direita e voltar a uma espécie de arrogância do PSD Cavaquista, quando perseguiam o objectivo de aniquilar o CDS por via de aliciarem os seus ex militantes.

 

A escolha de Maria José Nogueira Pinto é  um erro estratégico do PSD e de MFL. A sua escolha apenas serviu para disfarçar a incapacidade do PSD em cativar novas personalidades independentes ao centro, sejam elas do meio económico, cultural ou político. As novidades partidárias, não passam de velhas reciclagens que, não me parece, venham a estar na 1º linha da luta politica.

 

Por ultimo leio os comentários de Filipe Anacoreta Correia: a AR, é um movimento que pela sua juventude e representação eleitoral interna não tem a expressão. Não são comparáveis a Manuel Alegre no PS e Pedro Passos Coelho no PSD. Estes foram a sufrágio e obtiveram votações expressivas dentro do seu eleitorado. A AR e o seu lider nunca foram a votos em qualquer  órgão distrital ou nacional do partido e por isso dificilmente poderão ser considerados uma tendência ou oposição. A auto comparação parece-me por isso demasiado ambiciosa.    

 

Não obstante, a sua participação enquanto movimento na construção do Programa de Governo do CDS foi hesitante, omissa e marginal. As contribuições existentes foram-no a título meramente pessoal. Assim sendo, mesmo que tivesse razão (e não tem) a AR não tem autoridade para se pronunciar sobre o tema. 

 

Existe também um problema na forma: da AR (Alternativa e Responsabilidade) pouco se ouviu no Conselho Nacional do CDS que aprovou as listas de deputados. Esse era o momento, para expressar a sua opinião de forma veemente e expressiva. Primeiro nos órgãos partidários e se assim o entendesse publicamente. Não agora, quase um mês depois do sucedido. 

 

Ps. Tenho pela grande maioria dos membros da AR uma enorme estima e amizade, mas este foi nitidamente um tiro ao lado.

 


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Luis Manuel Nunes a 08.08.2009 às 00:22

Os AR têm, em regra, mais curriculo profissional e académico que muitos dos candidatos a deputado do PP em lugares elegiveis - alguns dos quais, diga-se, nunca na vida tiveram uma profissão, arrastando-se pelas jotas até à idade adulta.

As listas do PP, se olharmos para os lugares que podem dar eleição, são uma desilusão ainda maior que as dos outros partidos. o beirão, loosers como o telmo, os eternos meninos do portas (lp, rebelo, teggy, almeida).
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De Pedro Silva Lopes a 08.08.2009 às 01:15

"As contribuições existentes foram-no a título meramente pessoal"
Parece-me incongruente. Afinal, os convites seriam feitos institucionalmente à AR ou pessoalmente aos membros que pudessem constituir uma mais valia para o partido?
"da AR (Alternativa e Responsabilidade) pouco se ouviu no Conselho Nacional do CDS que aprovou as listas de deputados. Esse era o momento, para expressar a sua opinião de forma veemente e expressiva. Primeiro nos órgãos partidários e se assim o entendesse publicamente. Não agora, quase um mês depois do sucedido."
Presumo, então, que só se entra nas listas a pedido. Bela forma de fazer política.

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De Armar um 31 a 08.08.2009 às 01:19

Desculpem se não percebi bem, mas os AR vieram a terreiro só para dizer que o Pau Por também fez a sua limpeza nas listas. O antigo líder vai a votos, pelos vistos, só como bandeira do actual líder. Pau Por só tem um olho e quer ser rei.
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De Manuel Castelo-Branco a 08.08.2009 às 10:45

Caro Luis
Não esta em causa o curriculum académico dos membros da AR. Mas, um CV não dá acesso automático à lista de deputados. Um grupo de deputados quer-se coeso, e esta é a demonstração que em alturas criticas pode não existir coesão.

Qt ás listas, de um partido que elege cerca de 15 a 16 deputados, cerca de 30% são novos ( Assunção Cristas, Filipe Lobo D`Avila , Isabel Galriça Neto e o próprio Ribeiro e Castro) . Será que os outros partidos  se podem orgulhar da mesma tx de renovação? Qt aos restante, são em qq caso, exemplos de excelentes parlamentares - deveriam ter sido penalizados por serem mais proximos do Presidente?

De qq forma, obrigado pelos vossos comentários.

Caro Pedro:
Não percebeu ou deturpa aquilo que eu disse: Os comentários devem ser feitos no local certo  ( Conselho Nacional) e no momento certo e não de  forma extemporanea para os jornais, quase um mês depois da lista ter sido aprovada. Este é um perido de união e combate.
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De Anónimo a 08.08.2009 às 16:42

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Alguns comentários ao teu post .

1- O AR nunca concorreu a nenhum orgão nacional ou distrital.
Tiro ao lado.
- O AR apresentou listas proprias no ultimo congresso do cds e teve 20% na eleição para os orgãos nacionasis, (Manuel Alegre nunca teve 15%).
Mais o AR levou a sua moção ate ao fim com braço no AR e teve 12% (O Manel Alegre teve 4% de braço no ar).

2- O AR não participou no programa de governo e por isso não pode criticar.

Novo tiro ao lado.
Teve lugar uma reunião entre a direcção e o AR em que ficaram definidas as condições de participação do AR no programa de governo. A direcção nunca o pôs em practica o acordado.

3- O AR pouco se ouviu no conselho nacional que aprovou as listas.

Outra vez ao lado. (este então de forma escandalosa).

O conselho nacional que aprovou as listas foi marcado pelo facto do AR ter sido totalmente ignorado das listas. O AR não reclamou qualquer lugar elegivel nas listas mas deu conta que as listas devem ser de todo o partido e, nesse sentido, seria normal que uma representaçao no congresso de 20% tivesse representatividade nas listas.
Praticamente todas as intervenções no conselho nacional tocaram nesse ponto. No recato dos  orgãos internos com a discrição que o momento aconselhava o AR deixou registada a sua posição mas deixou claro que iria votar a favor das listas não obstante a sua falta de pluralidade.
O Presidente  teria toda a legitimidade para escolher os deputados e não seria o AR que votava contra ou iria para os jornais criticar as listas. Ficou registado no local proprio que não seriam listas de representação de todo o partido e todo o conselho nacional percebeu ate o presidente.

Mas então se foi assim como explicar este ponto do post do MCB ?

Simples. O MCB faltou ao Conselho Nacional onde foram aprovadas as listas e portanto não sabe do que fala.
Talvez fosse melhor o MCB perguntar como tinha corrido o CN do Porto antes de postar sobre o que não sabe.


Pedro

ps - Considero o MCB do melhor que o CDS tem.
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De Manuel Castelo-Branco a 08.08.2009 às 18:32

Meu caro Pedro ( presumo que PB):

De facto a AR apresentou a sua moção mas como sabemos não era nem alternativa nem de ruptura, (ao contrário da de Manuel Alegre) e  teve votos tal como tiveram outras que tb não eram de ruptura. Ambos sabemos os votos da moção não representam a real % da AR dentro do CDS.
Tiro num Submarino.

Quanto à eleição para o CN, reconheço o teu ponto, mas mantenho o meu. O vosso líder, na pessoa do Filipe Anacoreta Correia ( que como sabes mt prezo), nunca se candidatou a líder. O desafio da liderança será o unico onde a força do movimento poderia ser aferida. Vi e lembro-me de uma eleição à distrital de Lisboa onde a AR optou por não concorrer. Por isso, disse e mantenho que a AR não foi ainda a  votos.
Tiro num Cruzador.

Quanto ao CN, de facto nao estive presente, mas isso não me impede de ter recebido relatos fidedignos de vários Conselheiros. A AR foi marginal nas suas criticas e acabou por votar a favor das listas eleitorais. Votou favoravelmente, quando poderia ter votado contra, ou até abstido. Se o fez é porque estava de acordo. Assim sendo, não se percebe a razão de uma intervenção despropositada e desenquadrada no momento eleitoral que atravessamos.
Tiro num Porta-Aviões.

Quanto ao teu ultimo paragrafo, esperava um pouco mais de um movimento que pugna pela diferença na forma, uma vez que quanto ao conteudo ainda não vi diferenças relevantes em termos programaticas ou idiologicos relativamente ao programa eleitoral oficial aprovado pelo Congresso.

PS Tlz fosse util que em pleno perido eleitoral nos dedicassemos mais energia a combater o governo Socialista em vez desta atitude autofágica e destrutiva.
PS2 obrigado pelo elogio que agradeço e retribuo. no entanto tal como a auto comparação parece-me tb ambiciosa.
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De Tiago Pestana a 10.08.2009 às 09:40

Há realmente, uma diferença grande entre o que se passou no PS e no PSD... O AR, embora não concorde, nunca criticou publicamente a exclusão da chamada "oposição" das listas... É um direito do líder, que pode optar por fazer as listas conforme entenda e assumir a responsabilidade pelas mesmas. Aliás, por isso foram votadas favoravelmente em CN.

No entanto, não se pode, ou não se deve, é cantar vitória por ser um partido plural e inclusivo onde toda a gente convive na paz dos anjos. Se se escolhe não incluir um movimento que obteve 20% dos voto nas eleições para o última CN não se pode (ou se não deve) vir dizer que se  incluiu a oposição nas suas listas porque tal afirmação, pura e simplesmente, NÃO É VERDADE!

E por oposição refiro-me ao único movimento que se assume, actualmente, nesse campo. O Dr. José Ribeiro e Castro é um ex-presidente do partido. Que eu saiba, no último congresso nem sequer lá foi e a lista do AR  não é a sua voz dentro do partido.

Quanto à forma pública do AR expressar a sua discordância parece-me, mais uma vez, que deve estar equivocado. O AR nunca expressou publicamente a sua discordância por não constar nas listas, fê-lo nos órgãos próprios, no recato do partido. Só expressou publicamente a sua discordância em relação às afirmação do Dr. Paulo Portas que é outra coisa completamente diferente.

Desde o início da nossa existência temos tido a preocupação de não atacar o partido enquanto instituição e, neste ano de eleições, não atacar os órgãos eleitos, embora, por vezes, custe muito não dizer nada, isso realmente afasta-nos do comportamento do Pedro Passos Coelho ou dos Alegristas, mas não podemos ficar calados, sob pena de nos tomarem de parvos, quando certas declarações são feitas de ânimo leve e na ânsia de querer demonstrar alguma moral na política em contraposição com os outros partidos...
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De Tiago a 10.08.2009 às 13:32

A única tónica verdadeiramente nova é a afirmação do AR como oposição interna. E isso é algo de verdadeiramente novo.

Mas afinal de contas o que é o AR ? Que provas já deu o AR ? Que provas deu o seu líder ? FAC candidatou-se à liderança do CDS ? Ou a qualquer liderança, seja concelhia, distrital ou nacional?

É evidente que não.

O AR utiliza os seus 12 % - obtidos numa votação em que a liderança já estava decidida -para afirmar a sua posição como oposição interna. Se assim é porque razão não se candidatou FAC nas últimas directas ? Quantos votos teria ? É algo que poderemos sempre saber numa próxima oportunidade... Isto se o AR for mesmo oposição...FAC e o seu AR querem assumir um papel que estão longe de justificar.

Ainda não foram ao verdadeiro teste.

Ainda a propósito das comparações, é preciso dizer que, ao contrário de FAC, Ribeiro e Castro bateu-se em directas, obteve mais de 1500 votos e sempre teve um grupo vasto de apoiantes (entre eles, alguns AR'S).

Já Alegre candidatou-se a PR contra o seu Partido e com os resultados conhecidos. E Passos Coelho obteve cerca de 30 % na sua candidatura à liderança do PSD.

Comparar FAC e o AR a qualquer um destes é absolutamente ridículo, sobretudo, para os próprios.

Por último, para quem tem uma preocupação que me parece certa sobre alguns desvios ideológicos do CDS, parece estranho vê-los em discussões de mercearia...

Tiro na água, claramente.



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De Manuel Castelo-Branco a 10.08.2009 às 15:30

Proponho que canalizemos  agora as nossas energias para a destituição do Governo Socialistas enterrando o machado de guerra autofágico.
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De Anónimo a 10.08.2009 às 15:35

pois, é pena que o tenhas desenterrado com um post tão azedo quanto inútil.

mas ficou a demonstração de lealdade a quem de direito.

lembra o aprendiz de bandido que tem de matar alguém para mostrar que faz parte do gang...

É triste vindo do rosto da renovação do CDS!
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De Miguel a 10.08.2009 às 18:21


Inutil mesmo só as declarações do FAC à imprensa. Quem queria ser alternativa pelos princípios, pela postura, pela independência pessoal e profissional, ficou enredado à primeira na questão das listas. Não valerá o AR mais do que isso ? Ou o AR só vale isso ?
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De Manuel Castelo-Branco a 10.08.2009 às 23:47

Podia era assinar o post, não é bonito fazer acusações sob anonimato.

Ps já agora, andou no Pedro Nunes? Foi meu colega na Universidade Católica? Em Harvard Business School? para me estar a tratar por tu, só pode......

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