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Independente dos reconhecidos méritos pessoais e políticos, relativamente consensuais, existe um passado pessoal e politico que não pode ser indiferente. Maria José Nogueira Pinto (MJNP) desvinculou-se do CDS por sua livre iniciativa e vontade. Totalmente legitimo e natural. Assim sendo, a sua escolha não pode ser considerada um acto hostil para um eventual parceiro da coligação. Mal estaríamos, se o futuro de uma coligação estivesse dependente da escolha de uma cidadã livre e independente.
MJNP é uma pessoa com um passado de direita claro, que nunca renegou e não me parece que o vá fazer agora. Ter MJNP nas suas listas não é criar pontes com a esquerda, não é namorar o eleitorado do PS, mas antes piscar o olho à direita e voltar a uma espécie de arrogância do PSD Cavaquista, quando perseguiam o objectivo de aniquilar o CDS por via de aliciarem os seus ex militantes.
A escolha de Maria José Nogueira Pinto é um erro estratégico do PSD e de MFL. A sua escolha apenas serviu para disfarçar a incapacidade do PSD em cativar novas personalidades independentes ao centro, sejam elas do meio económico, cultural ou político. As novidades partidárias, não passam de velhas reciclagens que, não me parece, venham a estar na 1º linha da luta politica.
Por ultimo leio os comentários de Filipe Anacoreta Correia: a AR, é um movimento que pela sua juventude e representação eleitoral interna não tem a expressão. Não são comparáveis a Manuel Alegre no PS e Pedro Passos Coelho no PSD. Estes foram a sufrágio e obtiveram votações expressivas dentro do seu eleitorado. A AR e o seu lider nunca foram a votos em qualquer órgão distrital ou nacional do partido e por isso dificilmente poderão ser considerados uma tendência ou oposição. A auto comparação parece-me por isso demasiado ambiciosa.
Não obstante, a sua participação enquanto movimento na construção do Programa de Governo do CDS foi hesitante, omissa e marginal. As contribuições existentes foram-no a título meramente pessoal. Assim sendo, mesmo que tivesse razão (e não tem) a AR não tem autoridade para se pronunciar sobre o tema.
Existe também um problema na forma: da AR (Alternativa e Responsabilidade) pouco se ouviu no Conselho Nacional do CDS que aprovou as listas de deputados. Esse era o momento, para expressar a sua opinião de forma veemente e expressiva. Primeiro nos órgãos partidários e se assim o entendesse publicamente. Não agora, quase um mês depois do sucedido.
Ps. Tenho pela grande maioria dos membros da AR uma enorme estima e amizade, mas este foi nitidamente um tiro ao lado.