Bem, ninguém defende a extinção do PPM, partido que TEVE uma acção fundamental na introdução de uma certa modernidade neste país avesso a tudo o que seja novo. No tempo de Telles, era achincalhado por defender coisas que para nós são hoje tão actuais, como o ordenamento territorial (hoje caótico), a defesa do ambiente (o caso Freeport fala por si), a questão do património urbano e rural (venham ver a actual destruição de Lisboa,, às mãos dos grandes interesses da plutocracia), a "descolonização exemplar", a desastrosa política de assinar os acordos com a CEE sem garantir a solvência da nossa agricultura e indústria, etc, etc. O PPM/Telles foi essencial. Hoje, infelizmente está entregue a alguém que durante anos foi um visível seguidor de Sua Majestade o Rei D. Duarte e que por vaidosas razões, deu-lhe para "isto". Paciência. No entanto, penso que este problema é do foro interno do PPM e só os seus militantes o poderão resolver. O PPM não é o partido dos monárquicos, mas sim um partido como qualquer outro, que tem a particularidade - e a coragem, diga-se - de se afirmar monárquico. O PSD, o PS, o CDS e até o BE têm seguramente mais monárquicos que o próprio PPM. Como nota curiosa e sem interesse para os leitores, a minha família é maioritariamente "de esquerda (PS e BE), mas não se encontra entre nós, um único que não seja monárquico. O mesmo se deve passar em muitas outras famílias. Não é uma fantasia é a realidade e como diz o Miguel Esteves Cardoso, os monárquicos "são o maior partido clandestino em Portugal".
Ressalvo que o partido tem um relevante património de história na democracia e isso deve ser preservado. Quanto à liderança, elas "vêem e vão, mas o partido fica".