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Importa recordar/informar que o Henrique Burnay nem sequer é monárquico. Força Henrique. De S. Pedro de Sintra mandam cumprimentos.
"E depois, nem tudo são tristezas: também temos as nossas festas! E para as festas tudo nos serve: o 1º de Dezembro, a outorga da Carta, o 24 de Julho, qualquer coisa contanto que celebre uma data nacional. Não em público - ainda não podemos fazer -, mas cada um em sua casa, à sua mesa. N'esses dias colocam-se mais flores nos vasos, decora-se o lustre com verduras, põe-se em evidência a linda e velha Bandeira, as Quinas de que sorrimos e que hoje nos enternecem - e depois, todos em família, cantamos em surdina, para não chamar a attenção dos espias, o velho hymno, O Himno da Carta ... E faz-se uma grande saúde a um futuro melhor!"
Eça de Queiroz, A Catástrofe
Bem dito. Principalmente a parte final do seu texto.
No entanto, não consigo estar totalmente de acordo consigo em dois pontos.
Primeiro. A bandeira da cidade não é um símbolo nacional, um estandarte até aceito, mas símbolo nacional não! A não ser que tenham alterado a Constituição muito recentemente, mas os símbolos nacionais eram sem a menor duvida, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional. Também, e há quem aceite, a pessoa do Chefe de Estado e os símbolos das Regiões Autónomas.
Segundo, e nesta confesso que não tenho a certeza, mas será a CML uma entidade privada? Será o edifício da CML proprietária de uma entidade privada? O meu raciocínio é simples para ter esta dúvida. Não são as câmaras, entre elas, a de Lisboa, uma entidade ligada ao poder executivo? Não é o governo que comparticipa com um certa quantia para as câmaras e essa quantia sai directamente dos nossos impostos, não contando com Imposto Municipal? Ora, se parte dos meus impostos (por muito pequeno que seja o valor) ajuda a pagar ordenados, viagens, e provavelmente até as férias de alguns, porque há-de ser ela propriedade privada? É lógico e o bom senso assim o impõe, não devo usar a meu belo prazer. Há regras estipuladas e que se devem cumprir.
Mesmo assim, não considero tão grave para mim e para o nosso país esta acção do 31 da Armada. Fossem todos os actos de “vandalismo” e afins como este e estávamos num país de sonho.
Abraço,
Meu caro João Afonso Machado.
Naturalmente, como certamente compreende, a minha referência à Bandeira Nacional não teve intenção alguma de partidarizar a questão. Apesar de ter nascido republicano, não consigo concordar com tudo que a República nos “oferece”. Seja ele qual o nosso sentimento pela Bandeira, a meu ver é o Território e as suas gentes que importa. Não quero estar a faltar a verdade, mas penso ter lido ou visto num documentário na TV, que o próprio Dom Duarte, Duque de Bragança, combateu na guerra colonial como piloto de helicópteros salvo o erro. Certamente que não me estarei a enganar, que era pela Pátria que empreendia o seu dever. No obstante, foi sob aquela Bandeira Nacional que combateu. Como militar que era, não acredito que ficasse indiferente e mesmo se não reagisse, se a visse a ser desonrada.
Em verdade lhe digo, que não acredito, simplesmente recuso-me a aceitar o facto de um monárquico ou republicano que pura e simplesmente ame a sua Pátria, mesmo que padeça de todos os males que actualmente temos, fique indiferente a ver símbolos nacionais a serem desonrados. Sejam eles a Bandeira da Republica ou da Monarquia.
Para finalizar, há uma coisa que une essas duas Bandeiras. A sua Eterna Alma e, em ambas, elas estão representadas mesmo no centro, chamam-se “Quinas”. A mesmíssima usada por um tal de Dom Afonso Henriques.
Um abraço,