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Porque é que não chega

por Vasco Campilho, em 15.08.09

A propósito deste apelo à mobilização do hard-core laranja, escrevi aqui que "Não gostam de Manuela Ferreira Leite? E depois, gostam mais de Sócrates?" é capaz de não chegar para convencer o eleitorado a votar PSD. Quem leu com atenção Ferro Rodrigues no Expresso hoje percebe porquê: é que do lado do PS multiplicam-se sinais de que o pós 27 de Setembro não será forçosamente uma reedição dos anos Sócrates. O PS poderá mesmo vir a dispensar o seu líder, se tal se afigurar necessário para criar condições de governação *coligatória*. À esquerda ou ao centro.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De JV a 16.08.2009 às 01:55

As eleições de 2005 deveriam ter servido para provar que os partidos, entre nós, não podem «dispensar o seu líder» por razões tácticas a destroco. Seja isso bom ou mau, há entre a população o entendimento tácito de que a eleição de um partido equivale à eleição do seu líder para o cargo de Primeiro-Ministro, o que transforma num inferno a vida de qualquer PM que se alcandore ao poder sem ter sido indicado como tal pelo Povo (repita-se, tacitamente). Logo, eleito Sócrates, o PS não poderá livrar-se dele para se unir com o PCP ou o BE: há-de mantê-lo, e assim restringir as hipóteses «coligativas» ao PSD e ao CDS. Mesmo porque, consabidamente, a fractura política histórica em Portugal não é entre o PS e o PSD - raras serão as vezes em que é perceptível o fim de um e o começo de outro... -, mas sim entre PS, PSD, e CDS, e a generalidade da extrema-esquerda. Estes três partidos forjaram-se na luta contra aquela, mormente contra o PCP: nada seria mais desmiolado do que franquear-lhe um pedaço de poder e perigar a própria estrutura do seu poder.

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