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Os partidos gostam de utilizar figuras públicas para partilharem o palco durante a campanha eleitoral. A notoriedade que essas personalidades trazem é o que motiva esses convites. A escolha de mandatários enquadra-se nessa simbologia, onde os partidos nada ganham com isso (em votos – ninguém vai votar no PS por ter Carolina Patrocínio como mandatária), mas ajuda a compor um quadro de comunicação de valores e ideias para o país.
A escolha da “Mandatário de Juventude” do Partido Socialista revela-se errada, mas ao mesmo tempo certeira, no seu significado político. Errada porque a escolhida representa somente o nicho de uma certa juventude portuguesa privilegiada, especialmente rica e famosa. Sem trabalho relevante em nenhuma área específica, poucos jovens verão nela uma referência. Cedo nasceu para a fama nos programas de televisão, e apenas representa um país faz de conta e nada representativo para a sociedade portuguesa. Pelo contrário, afigura-se acertada, pois o PS tem vindo a “vender” uma imagem de plástico e falseada, e esta escolha representa essa mesma fantasia. O episódio da cereja, que referi esta semana, representa um país fictício, em nada adequado à realidade que os jovens portugueses enfrentam.
A escolha de um mandatário não dá votos, mas pode contribuir para perder consistência na mensagem. Em política o que parece é, e esta escolha simboliza a propaganda bonita que o PS tem andado a mostrar aos portugueses, bem longe da realidade do dia a dia.