No fundo é um verdadeiro veto por inconstitucionalidade, de uma lei imoral e contrária aos fundamentos do Estado de Direito Democrático, em que a família (composta por homem e mulher) é a unidade celular da sociedade.
Nessa não chegou a embarcar sua excelência o presidente que, apesar de conservador, sabe que a constitucionalidade da lei é inatacável e que conceitos de imoralidade como os que explana no seu comentário têm um aroma confessional de incenso que fere o tal estado de direito que pretende defender. Ficamos assim com um veto inoportuno por alegada falta de oportunidade da lei. Lá chegaremos...
Confessional, não de forma a respeitar a tradição e matriz cristã (Católica) de Portugal e da Europa, permitir o casamento ou uniões permanentes de homossexuais é um verdadeiro ataque à nossa sociedade, já o referia Kelsen no seu "A Ilusão da Justiça".
Confesso a minha ignorância quanto às doutas opiniões de Kelsen no seu "A ilusão da Justiça" ou de qualquer outra obra de sua autoria. Talvez seja essa ignorância que me leva a não perceber os perigos de uma lei que equipare as uniões de facto ao casamento em termos de direito assistencial e sucessório. Quanto à matriz católica de Portugal - da Europa, vou ali, já venho, ouvi falar de um tal Lutero e de uma cisão anglicana... - é exactamente isso a que me refiro, ao insuportável cheirinho a incenso que a Titi de "A Relíquia" tanto louvava (Ai que cheirinho a Santidade !...) : Um estado moderno não pode ficar refém de preconceitos religiosos, sejam eles católicos, calvinistas, sunitas, chiitas, budistas ou outra coisa qualquer porque deve assumir a sua laicidade, no interesse dos cidadãos, não tentando torná-los nem súbditos nem prosélitos forçados...