por João Moreira Pinto, em 27.08.09
A Sra. Ministra, que é pediatra, deveria saber que o contacto telefónico é útiil mas não resolve tudo. E, se no contacto não houver confiança mútua, não resolve nada.
É comum na prática clínica, os doentes telefonarem aos médicos que os acompanham. O médico rapidamente percebe se se trata de um problema urgente e orienta para o local mais apropriado ou diz que espere pelo dia seguinte. Quem sabe, na manhã seguinte, ele o próprio o poderá consultar ou referenciá-lo a um colega da especialidade?
A rede de urgências deveria começar pelo telefone sim, mas para o Centro de Saúde local. Aí, o médico do utente ou outro destacado para o atendimento nesse dia poderia ter acesso ao seu processo, perceber melhor a gravidade das queixas, e poder-se-ia responsabilizar pelas orientações que deu. Quem tem a sorte de frequentar médicos privados percebe que esta é uma prática comum e que resolve efectivamente muitos dos problemas dos doentes ou dos seus cuidadores.
Este governo fez exactamente o contrário. Apostou na descredibilização dos Centros de Saúde. Depois, fechou-lhes os serviços de atendimento permanente. Mesmo a nível hospitalar, centralizou o mais que pôde os serviços em mega-urgências. E, agora, para tratar uma simples gripe, continua a insistir no erro. joaompinto