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Telemarketing e Saúde III

por João Moreira Pinto, em 27.08.09
A Sra. Ministra, que é pediatra, deveria saber que o contacto telefónico é útiil mas não resolve tudo. E, se no contacto não houver confiança mútua, não resolve nada.
 
É comum na prática clínica, os doentes telefonarem aos médicos que os acompanham. O médico rapidamente percebe se se trata de um problema urgente e orienta para o local mais apropriado ou diz que espere pelo dia seguinte. Quem sabe, na manhã seguinte, ele o próprio o poderá consultar ou referenciá-lo a um colega da especialidade?
 
A rede de urgências deveria começar pelo telefone sim, mas para o Centro de Saúde local. Aí, o médico do utente ou outro destacado para o atendimento nesse dia poderia ter acesso ao seu processo, perceber melhor a gravidade das queixas, e poder-se-ia responsabilizar pelas orientações que deu. Quem tem a sorte de frequentar médicos privados percebe que esta é uma prática comum e que resolve efectivamente muitos dos problemas dos doentes ou dos seus cuidadores.
 
Este governo fez exactamente o contrário. Apostou na descredibilização dos Centros de Saúde. Depois, fechou-lhes os serviços de atendimento permanente. Mesmo a nível hospitalar, centralizou o mais que pôde os serviços em mega-urgências. E, agora, para tratar uma simples gripe, continua a insistir no erro. joaompinto


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De brassade a 27.08.2009 às 13:18

Caro João, Na minha opinião o João tem uma evidente falta de confiança nas tecnologias de informação. Por exemplo, quando fala (no post anterior) na ausência de histórico das conversas anteriores, provavelmente nao conhecerá os sistemas de CRM (Costumer Relationship Managment) que permitem gerir toda a relação com o cliente ou, neste caso, com o utente. O próprio historial médico dos pacientes poderá estar acessível numa base de dados central o que permitirá fazer o que menciou que poderia ser feito pelos médicos nos centros de saúde de proximidade. Qual seria a diferença? (Deixando de lado, para já, as questões relacionadas com a privacidade dos dados dos utentes). Acredito que o actual sistema tenha inúmeras falhas mas julgo que a tecnologia será sempre a solução. E Julgo que, no global, o balanço do trabalho desempenhado pela Linha de Saúde 24 até deverá ser bastante positivo, apesar das frequentes notícias de problemas daquele serviço. Desafio-o a ter um pouco mais de fé nas tecnologias de informação. Luís Nunes
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De João Moreira Pinto a 28.08.2009 às 04:49

Caro Luís,
Obrigado pelo seu comentário. Na verdade, sou fã das tecnologias de informação. No entanto, acho que a questão da privacidade é fundamental e não nos podemos dissociar dela. Repare que disponibilizar toda a minha informação clínica online, ainda que numa rede interna de acesso exclusivo a profissionais de saúde, seria um autêntico big brother '. Imagine milhares de médicos, enfermeiros e informáticos de todo o País com acesso a todo um arquivo que se quer o mais privado possível. Falou-se em tempos de um cartão de utente com 'chip' que teria a informação (ainda que básica) de cada doente e ele seria responsável de resguardar a sua privacidade e de entregá-la à entrada do estabelecimento de saúde. Esta solução parece-me mais adequada, mas ao que sei ficou na gaveta.
Cumprimentos,
JMP

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