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A escasso mês das próximas eleições legislativas, o Diário de Notícias divulga uma fuga de informação, alegadamente oriunda do próprio Departamento Central de Investigação e Acção Penal, segundo a qual “Até agora não há nenhum indício contra o primeiro-ministro”.
Essa fuga dever-se-á provavelmente ao facto de algumas almas estarem muito preocupadas com os “danos políticos” que o caso Freeport pode provocar a José Sócrates.
Daí a oportunidade do timing…
Mas também é certo que a referida fuga de informação não surpreende se nos lembrarmos que Cândida Almeida, responsável pela investigação no DCIAP ao caso Freeport, já assegurava em 30 de Janeiro passado, numa entrevista à RTP 1, que "Sócrates não está a ser investigado"...
Se não está a ser investigado como poderia ser suspeito?
Acontece que, na mesma ocasião, a referida directora do DCIAP também afirmou, perante notícias que envolviam o actual Primeiro-Ministro nas suspeitas de corrupção do caso Freeport (alteração à Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, decidida três dias antes das eleições legislativas de 2002, através de um decreto-lei, quando Sócrates era ministro do Ambiente), que iria instaurar “um processo contra desconhecidos” para apurar de onde partiu a "fuga de informação".
Ficamos pois à espera de saber se a procuradora Cândida Almeida vai também desta vez instaurar “um processo contra desconhecidos” para apurar de onde partiu esta nova "fuga de informação", noticiada pelo DN.
Caso contrário, que o Estado de direito requiesceat in pace.
Um aspecto final: na altura e à semelhança do que já se passara com o sórdido caso “Casa Pia”, não faltaram dirigentes socialistas a acusar a comunicação social de estar a fazer uma campanha negra contra o PS.
A manter-se o seu silêncio percebe-se que esta fuga para o DN já não é campanha negra. Deve ser cor-de-rosa…