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Não se irrite, Sócrates!

por Rui Crull Tabosa, em 30.08.09

Durante meses a nomenclatura socialista tentou colar o PSD a um projecto neo-liberal ou ultra-liberal, seja lá o que isso for…
Acontece que na semana passada foi divulgado o Programa Eleitoral do PSD, e, azar dos azares, esse Programa do Partido Social Democrata é … social-democrata!
Agora o PS já não podia dizer que o PSD não tem propostas, tanto mais que estas têm sido muito mais discutidas no País do que as o próprio Partido Socialista.
Aliás, só por deliberada má-fé ou manifesta incompetência é que hoje alguém pode dizer que o PSD não tem um projecto para a recuperação económica do País, largas medidas de reforço da solidariedade com os mais desfavorecidos ou um ambicioso mas realista projecto de qualificação dos portugueses, seja na educação, na formação ou no trabalho. Como aqui um dia escrevi, pode-se discordar e criticar. O que se não pode é dizer que as propostas não existem.
Mas este fim-de-semana aconteceu ainda pior: Pina Moura, o antigo cardeal de António Guterres, veio afirmar que as propostas do PSD são mais realistas e mais correctas do que as do PS, as do seu próprio partido.
O desespero tomou então conta de José Sócrates, que começa a perceber que o cartão amarelo das europeias pode agora transformar-se numa verdadeira expulsão do Poder (que o PS ocupou em 11 dos últimos 14 anos).
Vai daí, Sócrates passou ao ataque pessoal e crispado: já não confronta as propostas do PS com as do PSD, seja no sistema político, na economia ou na solidariedade: tenta agora colar a líder do PSD a absurdas visões retrógradas ou conservadoras, por oposição às suas, supostamente luminosas e progressistas. Torce o que os outros dizem, reinventa as palavras alheias e, nessa arte da fabulação em que Sócrates se tornou mestre, refugia-se nas questões fracturantes (já não há pachorra!), foge dos verdadeiros problemas do País, que são a crise económica e social (especialmente o desemprego), a educação, a justiça e a segurança.
É pena que assim seja.
O debate podia dar-nos um PS que fosse um pouco mais do que um Bloco de Esquerda em ponto grande…


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Miguel Marujo a 30.08.2009 às 15:37

duas novidades: o PSD não comentou o programa do PS; o excerto que publica é tudo menos social-democrata, mas a vossa cartilha é que deve estar correcta...
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De António a 30.08.2009 às 15:41

eu acho que em Portugal "não pronunciou" é o mesmo que "não comentou"...
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De António a 30.08.2009 às 16:08

Eu não sei quem o PSD seria em Espanha ou no Cazaquistão! E sinceramente não acho que isso seja relevante. Do meu ponto de vista, este é o momento de discutir opções: mais quatro anos de Sócrates, de grandes obras públicas pra Lisboa (ups Portugal), de "controlo" dos media, de anúncios e anúncios, de linhas de crédito e de envidividamento ou, por sua vez, de uma politica que traga de volta o respeito e a ordem à escola pública, de uma visão contra o facilitismo, adversa à governação por estatísticas.

Sinceramente, o meu voto vai para alguém que defenda a redução do passivo do Estado, de alguém que promova o   empreendedorismo e a concorrência!

Eu não tenho medo do investimento privado. Estou cansado deste estado de desconfiança de tudo e de todos! E, mesmo assim, é o PSD que fala em luta contra a "corrupção".

Corruptos há de todas as cores. No PSD também há militantes/políticos corruptos, não tenho ilusões. A solução é fiscalização, leis eficientes e órgãos judiciais verdadeiramente independentes.
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De Miguel Marujo a 30.08.2009 às 16:12

o voto é de cada um: o Portugal que pinta sob o PS é o que o PSD nos quer vender... eu questiono é alguém dizer-me que o programa do PSD é social-democrata. Em lado algum do mundo, como prova a pertença do "PSD" ao PPE. A bizarria é de um partido que insiste na verdade e tem um nome de mentira.
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De António a 30.08.2009 às 16:18

Se dissermos PPD/PSD, acalma-te a alma?

Eu percebo a tua questão, acredita.
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De Miguel Marujo a 30.08.2009 às 16:21

a minha alma está muito serena e bem entregue, não necessita de precisões...

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